A situação do número de leitos para tratamento de pacientes com covid-19 no Distrito Federal poderia ser bem mais tranquila se a Fecomércio, depois de assinar um protocolo de intenções com o Governo do Distrito Federal, não tivesse abandonado o projeto de fazer um hospital de campanha. Se o ditado garante que de boas intenções o inferno está cheio, falta descobrir que é o capeta nessa história.
Ontem a ocupação dos leitos de UTI para tratamento de covid-19 chegou a 64%, o índice mais alto desde o início da pandemia. O GDF já instalou um hospital de campanha no estádio Mané Garrincha com 200 leitos e está erguendo estruturas semelhantes na Ceilândia, São Sebastião, Papuda e no Hospital da Polícia Militar.
O Hospital Regional de Ceilândia também está ganhando uma ampliação, resultado de convênio feito entre o GDF e a empresa JBS. O hospital da Fecomércio viria completar o quadro de prevenção.
A Federação do Comércio do DF havia se comprometido a elaborar estudo, contratar e disponibilizar “espaço destinado para o tratamento para o tratamento de pacientes com covid-19, encaminhados pelo sistema público de saúde do DF”. O objetivo era atender pacientes de média e alta complexidade, com utilização de suporte ventilatório, e pacientes para internação de curta duração, “visando estabilização e quarentena”.
O documento foi assinado pelo presidente da Fecomércio. Francisco Maia, e pelo vice-governador do DF, Paco Britto. Na época foi divulgado que o investimento seria de R$ 40 milhões, mas nada andou, até que a Fecomércio desistiu da parceria. Da reunião, só ficaram as fotografias em que Chico Maia posa como salvador da pátria. Quem ficou mal da foto foi a Fecomércio.