Na manhã desta sexta-feira, houve interdição de algumas vias no norte e no sul de La Paz. Testemunhas da Reuters não relataram incidentes violentos – porém, na noite de quinta, manifestantes entraram em confronto com forças de segurança nas ruas da cidade.
Na noite de quinta-feira, com 99,99% das urnas apuradas, a contagem de votos mostrou que Evo obteve 47,07% dos votos; Mesa obteve outros 36,51%.
O vice-ministro do Orçamento e da Contabilidade Fiscal, Jaime Duran, disse que o conflito dos últimos dias “sem dúvida” terá um efeito sobre a economia, que mesmo assim “tem uma grande capacidade de resposta”.
Troca de acusações
Os protestos começaram ainda no domingo, quando uma contagem oficial de votos foi suspensa durante quase 24 horas enquanto os resultados apontavam a necessidade de um segundo turno. Evo, de 59 anos, insistia que seu partido Movimento ao Socialismo (MAS) obteria vitória ainda na primeira rodada.
“Tem que haver um segundo turno… a justiça eleitoral lamentavelmente não é confiável”, disse nesta sexta-feira Marco Antonio Fuentes, parlamentar de La Paz.
A equipe de observadores oficiais da Organização dos Estados Americanos (OEA) havia recomendado na quinta-feira que a Bolívia convoque um segundo turno depois da interrupção inesperada da contagem e uma mudança repentina a favor de Evo – o que irritou o presidente.