A magia de fé que reúne mais de 2 milhões de fiéis

Rádio Sintonia, Belém

No segundo domingo de outubro (14), acontece a mais tradicional festa religiosa do Pará, o Círio de Nazaré, em homenagem à padroeira do povo paraense e Rainha da Amazônia: Nossa Senhora de Nazaré. A procissão inicia às 7h, depois da tradicional missa que começa às 5h30 da manhã, em frente à Catedral da Sé, na Cidade Velha. De lá, a Imagem da Virgem percorre cerca de 3,600 Km de distância, para chegar até a Praça Santuário de Nazaré. Promesseiros, devotos, fiéis, pessoas de todos os lugares do mundo vêm a Belém para participar da Festa.
Realizada em Belém há mais de dois séculos, o Círio é umas das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. A devoção remonta ao início da colonização portuguesa. O termo Círio vem da palavra latina “cereus”, que significa vela ou tocha grande. Por ser a principal oferta dos fiéis nas procissões em Portugal, com o tempo, o termo passou a ser sinônimo da procissão de Nazaré aqui em Belém e de muitas outras pelas cidades do interior do Estado.

A cada ano, um número maior de romeiros é atraído para participar do Círio. A procissão reúne aproximadamente dois milhões de pessoas numa caminhada de fé pelas ruas da capital paraense, um verdadeiro espetáculo em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus. Durante todo o trajeto, são prestadas várias homenagens à Imagem de Nossa Senhora, além dos promesseiros que realizam diversas manifestações de fé. Neste dia, as ruas e casas se enfeitam especialmente em homenagem à Santa. Após a grande procissão, a Imagem da Virgem fica exposta no altar da Praça Santuário para a visita dos fiéis durante 15 dias – Quadra Nazarena.
Curiosidades – Foi em 2004, que aconteceu o maior Círio da História, com o trajeto cumprido em 9 horas e 15 minutos. Neste mesmo ano, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré foi registrado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial.

Milagres – São inúmeros os milagres atribuídos pelos cristãos à Virgem de Nazaré. O primeiro conhecido no mundo português foi o relatado pelo fidalgo Dom Fuas Roupinho, cujo cavalo galopava descontrolado para um abismo. Ao invocar a Virgem, o cavalo estancou, salvando o fidalgo da morte certa. Outro milagre aconteceu no ano de 1846, com os passageiros do brigue – embarcação de dois mastros comuns – português São João Batista, que deixou Belém rumo a Lisboa no dia onze de julho. Dias depois, o brigue na época naufragou e os passageiros foram salvos por um bote que os trouxe de volta à Belém. O brigue havia, anos antes, transportado a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Lisboa, para ser restaurada. O bote que salvou os náufragos também era o mesmo que tinha levado a Imagem até o brigue ancorado ao largo da cidade. O bote passou a acompanhar a procissão a partir do ano de 1885.
Como atualização de alguns desses milagres, são levados no Círio carros onde os romeiros depositam seus objetos de promessas que carregam durante a procissão. Serão transportados: Carro de Plácido, Barca dos Escoteiros, Barca Nova, Carro dos Anjos, Cesto de Promessas, Carro dos Anjos, Barca com Velas, Carro dos Anjos, Barca Portuguesa, Carro dos Anjos, Barca com Remos, Carro Dom Fuas e Carro da Santíssima Trindade.

Histórico – A primeira procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Na noite anterior, a imagem da Santa havia sido transferida de sua ermida na Estrada do Utinga para o Palácio do Governo, com toda a pompa da época: 1.932 soldados da Milícia participaram do cortejo. A mobilização foi grande, tinha gente de toda a redondeza de Belém atraída pela feira que o governador determinou que fosse instalada no terreno que circulava a ermida, para a venda de produtos regionais. Desde a sua instituição, até 1881, a procissão saia da Capela do Palácio do Governo.

O Círio passou a ser realizado pela manhã em 1854, devido as fortes chuvas que aconteciam à tarde. A partir de 1882, o bispo Dom Macedo Costa, de comum acordo com o Presidente da Província, Dr. Justino Ferreira Carneiro, resolveu que o ponto de partida seria a Catedral da Sé, o que acontece até hoje. O segundo domingo de outubro ficou definido como o dia de realização da procissão do Círio, em 1901. Em 1992, no Círio 200, a Imagem que saiu na procissão foi à autêntica, a peça encontrada por Plácido. Até o ano de 1999, a Missa foi celebrada no interior da Igreja, como a cada ano aumentava mais a participação do povo, a partir do ano 2000, a pedido de Padre José Gonçalo Vieira, Vigário da Cúria Arquidiocesana, a Missa passou a ser celebrada em um tablado em frente à Catedral.
Percurso: Saída da Catedral da Sé, percorre a Praça do Relógio, Av. Portugal, Av. Boulevard Castilho França, Av. Presidente Vargas, Av. Nazaré até a Praça Santuário de Nazaré.

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