
No primeiro de útil de sua gestão como novo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi obrigado a demitir dois de seus aliados políticos que ele mesmo decidiu nomear nos últimos dias de 2018 de forma irregular. Informações do IG.
Em edição extraordinária do Diário Oficial do Estado publicada em 1º de janeiro, Doria nomeou o deputado estadual Fernando Capez (PSDB) para exercer o cargo de diretor-executivo da Fundação Procon por dois anos e o seu ex-secretário municipal de Esportes, Jorge Damião, como presidente da Fundação Memorial da América Latina por quatro anos.
Ambas as indicações de Doria, no entanto, foram consideradas irregulares porque não respeitaram o estatuto dos dois órgãos que determinam que os ocupantes desses cargos devem ser definidos pelo governador de São Paulo só a partir de uma listra tríplica encaminhadas pelos respectivos conselhos, rito que foi atropelado por Doria.
A informação foi revelada pelo G1 e o governo Doria afirmou que os dois atos de nomeação do governador “serão tornados sem efeitos” e que “a Assessoria Técnica não cumpriu o rito que determina os estatutos das fundações”.
Dessa forma, os nomes de Fernando Capez e Jorge Damião deverão ser apresentados aos conselhos do Procon e do Memorial da América Latina nas próximas reuniões do respectivos órgãos para que, só então, eles possam ser indicados dentro da lista tríplice e a partir de então escolhidos pelo governador de São Paulo empossado na manhã do dia 1º de janeiro.
Sendo assim, três dos indicados de Doria já tiveram problemas e não poderão começar os trabalhos na data prevista. Além dos casos mencionados de Capez e Damião, o escolhido para ocupar o cargo de secretário estadual da Casa Civil, Gilberto Kassab (PSD), também pediu licença antecipada do cargo ao afirmar que precisa se dedicar a sua defesa numa investigação que está sendo conduzida pelo Ministério Público contra ele, em Brasília.
O pedido foi feito por Kassab após ele se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal na semana passada que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele, inclusive um apartamento no Itaim Bibi, zona Sul de São Paulo, onde os policiais apreenderam R$ 300 mil em espécie, além de documentos e eletrônicos. A busca foi autorizada pela Justiça após uma delação da J&F acusá-lo de receber propina da empresa entre os anos de 2010 e 2016.
O pedido de afastamento ocorreu na quinta-feira (27) e foi “prontamente atendido” por João Doria (PSDB). Neste período, Kassab fez questão de esclarecer, o futuro secretário não receberá salário, já que o pedido de licença foi com “perda de vencimentos”.