
Leia a íntegra da denúncia do MP
Os acusados vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. São eles: Edson dos Santos, Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas, Douglas Roberto Vital Machado, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinícius Pereira da Silva, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva e Fábio Brasil da Rocha.
Policial se fez passar por traficante
A denúncia do Ministério Público do Rio pedindo a prisão preventiva dos PMs acusados de sequestrar e matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza revela que um dos policiais tentou se passar por traficante em conversa no telefone. De acordo com a denúncia, no dia 18 de julho, já sob pressão das investigações, um dos acusados utilizou um celular de um morador da Rocinha para tentar despistar a investigação.
O acusado tentou se passar, no telefone, pelo traficante “Catatau”. Ciente de um número de telefone monitorado pela operação Paz Armada, o acusado ligou para este número e disse ser um dos autores da morte de Amarildo. A informação, caso tivesse sido aceita pelo MP, teria vendido a versão dos policiais de quê Amarildo havia sido sequestrado e morto por traficantes
PMs são colocados na “geladeira”
Nesta sexta-feira, a PM havia divulgado que os policiais suspeitos estavam sendo colocados na “geladeira” da corporação. Os militares seriam transferidos para a Diretoria Geral de Pessoal e ficariam sem função e gratificação. Quatro dos dez PMs permaneciam lotados na Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, exercendo funções burocráticas: o tenente Luiz Felipe Medeiros e os praças Anderson César Soares Maia, Rodrigo Wanderley da Silva e Fábio Brasil da Rocha Graça.
A transferência foi uma determinação do comandante-geral da PM, coronel José Luiz Castro Menezes, e aconteceu no mesmo dia em que O GLOBO publicou a reportagem mostrando que os quatro militares estavam na unidade, mesmo após o indiciamento. O major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, continuava lotado na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), fazendo serviços administrativos.
Também estavam lotados na CPP os soldados Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Victor Vinícius Pereira da Silva. Os quatro trabalhavam em regime de escala, fazendo plantões no controle de entrada de pessoas e veículos na sede da coordenadoria, na Avenida Itaóca, em Bonsucesso. O Inquérito Policial Militar (IPM) está em andamento dentro dos prazos, segundo a corporação.