O período eleitoral é marcado por aparições analistas políticos que balançam suas opiniões aos sabores do vento. A vida não está fácil para quem buscar decifrar o cenário eleitoral do DF. Tantas são as indefinições, viradas de mesa e traições que, há três dias do fim do prazo para as convenções partidárias, apenas a chapa de Eliana Pedrosa e Alírio Neto oferecem um porto seguro.
O raciocínio é óbvio. Na dupla Fraga/Izalci, sob as bênçãos de José Roberto Arruda, paira a desconfiança sobre o poder do tucano de fazer valer suas decisões. Izalci pode ser apeado do comando do partido a qualquer momento, se não por motivação partidária, pela ação da justiça, já que o Ministério Público enviou recomendação a Executiva Nacional sobre este tema.
Grafa é sabidamente inconstante e capaz de reviravoltas intempestivos. Piora o cenário o fato de que o principal articulador dessa união, com diabruras ou não, pode voltar para as celas quando menos se espera. Fecha o ajuntamento o apoio do vacilante Paulo Octávio que vê aí uma chance de voltar ao cenário, usando a própria esposa para voltar ao poder.
Embora a chapa de Ibaneis Rocha dispense comentários, por espírito democrático será avaliado. Sem a certeza de um vice, já que o PP namora com Fraga e Arruda, a chapa do bem sucedido advogado não tem conseguido encantar apoiadores além de Tadeu Filippelli, do MDB. Também não é novidade para ninguém que o emedebista e Arruda não se bicam e que a briga deles vai chamuscar quem estiver do lado.
Também pesa contra Ibaneis o fato de que o nome dele não aglutina, ou pelo menos não o fez até agora. Assim como Fraga, o advogado também pode ter um aliado abatido em pleno voo, já que Tadeu Filippelli pode voltar a ser preso em função da operação Panatenaico.
Na chapa de Rosso e Cristovam, o desembarque de Izalci Lucas pode não ser a única defecção. Legendas bem próximas a dupla de aprendizes de feiticeiros conversam com outros partidos e buscam inadequação mais favorável ao resultado pretendido: eleger seu nome preferencial para a Câmara dos Deputados.
Quer dizer, com a saída desse importante aliado, a chapa de Rosso é um baile em que só dançarão ele e Cristovam, que pode sucumbir na praia.
A situação de todas essas composições piora ainda mais se o argumento for matemático. Em dias em que o principal estoque dos partidos são os deputados federais, a conta para as coligações proporcionais não fecha.
DEM e PSDB não tem uma nominata forte para ajudar a eleger Flavia Arruda e o delegado Laerte Bessa.
A mesma lógica se aplica a coligação eu e eu mesmo de Ibaneis e Filippelli. Nesse quesito, por enquanto, Rosso ainda seria uma opção. Um caldo ralo, mas que ainda tem sal. Longe de toda essa confusão e no melhor estilo paz e amor, Eliana e Alírio tem uma chapa formada. Com uma carta fortíssima na manga para o Senado e uma nominata atraente para quem precisa chegar com força nas eleições de deputado federal.
A dupla olha de fora a guerra sangrenta de quem ainda tenta se viabilizar. Se vacilar, o único porto seguro dessa história toda ainda vai receber muitos refugiados daqui até domingo. Basta esperar.