A Universidade de Brasília (UnB) decidiu, em reunião com representantes de trabalhadores e alunos, prorrogar em 30 dias a vigência dos contratos de 1,1 mil estagiários da instituição. Em março deste ano, a reitoria da UnB havia informado que os contratos seriam encerrados até 30 de abril por falta de verbas.Com previsão de um déficit orçamentário de R$ 92 milhões para o ano, a instituição apontou que a responsabilidade financeira passará a ser das unidades acadêmicas – ou seja, de cada decanato ou departamento. Informações do G1;
Na prática, a mudança na gestão dos contratos significa que o pagamento dos estagiários, até então feito pela administração central, será descentralizado. Assim, cada um terá de reservar uma parcela do próprio orçamento para manter os aprendizes.
Segundo a UnB, o adiamento permitirá que a administração buque avaliar quantos estagiários serão absorvidos por suas unidades. Após esse período, serão desligados os contratos daqueles que não poderão ser custeados pelo orçamento próprio de cada unidade acadêmica.
“A postergação dos desligamentos foi autorizada também para adotarmos novos programas de treinamento profissional, por meio de editais de bolsas a serem concedidos pelos decanatos ou unidades acadêmicas”, disse a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, em material divulgado pela UnB.
Pacote de austeridade
O fim dos contratos de estágio é uma das três medidas que a universidade pretende adotar para economizar R$ 39,8 milhões. Outras duas são o aumento dos preços no Restaurante Universitário (RU) e a demissão de terceirizados.
Nesta terça-feira (24), os servidores públicos e os funcionários terceirizados da instituição entraram em greve por tempo indeterminado após decisão tomada em assembleia. O motivo é a ameaça de cortes de terceirizados devido à grave crise financeira alegada pela reitoria da instituição.
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Técnicos-administrativos da UnB ocupando a entrada da reitoria da UnB em 2016 (Foto: Vanessa Galassi/SintFUB)
Fechar as contas com segurança financeira é uma batalha que reitora Márcia Abrahão enfrenta desde o segundo ano de gestão. Em setembro de 2017, ela anunciou um déficit de quase R$ 100 milhões e disse que teria dificuldades para pagar serviços básicos, como os de limpeza.
De acordo a UnB, o custo de manutenção – que inclui limpeza, segurança, água, luz, manutenção de equipamentos e refeições no RU – deve atingir R$ 214 milhões em 2018. No entanto, o orçamento de custeio repassado pelo Ministério da Educação é de R$ 137 milhões, suficiente para 64% da despesa.
O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) informou ao G1 que compreende os impactos do corte de verbas do governo federal, mas não concorda com as estratégias anunciadas pela UnB para tentar solucionar a questão.