A Liga da Justiça, que tem como base Campo Grande, expandia suas atividades para municípios como Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro. Além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, os milicianos já haviam fechado acordos com traficantes para a venda de drogas e o roubo de cargas nos territórios sob seu controle.
Além das prisões, os agentes também apreenderam 12 fuzis, 19 pistolas, um simulacro de fuzil, granadas, munições, 15 veículos roubados, algemas e réplicas de fardas.
A ação
Cerca de 40 policiais civis participaram da ação e foram recebidos a tiros por seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe da milícia, que estava no local, mas conseguiu fugir. Quatro pessoas morreram e uma ficou ferida em confronto com os policiais. De acordo com a Polícia Civil, todos os baleados eram seguranças de Ecko.
Os presos responderão por crimes como organização criminosa, formação de quadrilha, receptação de veículos e porte ilegal de armas de fogo. Os detidos foram transportados em ônibus para a Cidade da Polícia, no Jacaré, zona norte, de onde devem ser encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu. Há policiais militares entre os presos, e o número exato de agentes de segurança pública entre os participantes ainda está sendo levantado.
O delegado assistente da DHBF, Fábio Salvadoreti, afirmou que a milícia atuava de “forma sanguinária”, executando pessoas com as quais seus membros tinham desavenças e extorquindo dinheiro de moradores e comerciantes.
— Se a pessoa resolve não pagar a taxa que eles acreditam que lhes é devida, eles exterminam.
O secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes, elogiou a ação dos policiais civis e informou que outras ações estão planejadas para ser executadas em curtíssimo prazo.
— Essa foi uma semana muito exitosa para a segurança pública do nosso estado, a intervenção federal começa a apresentar resultados positivos.
O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, destacou que nenhum policial foi ferido na operação, que foi fruto de inteligência e planejamento.
— Não vamos diminuir nossa força. Vamos atuar incessantemente contra a milícia.
Represália
Estação de BRT foi incendiada após prisões
Reprodução
Após as mortes e a prisão dos 149 suspeitos, manifestantes fecharam a avenida Cesário de Melo e atearam fogo na estação de BRT Cesarão III. Agentes do Corpo de Bombeiros de Santa Cruz foram acionados e controlaram as chamas.
O Consórcio BRT informou, por meio de nota, que a operação do corredor no trecho da avenida Cesário de Melo foi interrompido e que as linhas 15 e 17 estão temporariamente suspensas, sem previsão de retorno.