Agencia EFE
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal grupo opositor do país, elegeu neste sábado (14) o islamita moderado Ahmed Tumeh como o novo primeiro-ministro do governo interino da oposição. Ele pediu unidade das forças da oposição.
Tumeh foi designado em Istambul, na Turquia, com 80% dos votos dos 115 membros da Secretaria-Geral da CNFROS, declarou à Agência EFE Abdel Baset Seida, um dos dirigentes desta organização, por telefone.
Segundo a Reuters, ele terá a díficil tarefa de restabelecer a ordem em áreas não mais controladas pelo presidente Bashar al-Assad, segundo membros da coalizão. A expectativa é de que ele escolha um gabinete de 13 ministros em um acordo firmado depois de dois dias de discussões entre detentores do poder no mundo árabe e a coalizão apoiada pela Ocidente.
“A prioridade do meu governo será restabelecer a estabilidade nas áreas emancipadas, melhorar suas condições de vida e fornecer segurança”, disse Tumeh à Reuters após ter sido eleito.
Em um vídeo divulgado na internet, Tumah disse que seu programa se baseia em três eixos principais: garantir os serviços básicos à população, estabelecer conselhos locais que se transformem em uma autoridade executiva que substitua o regime e implantar um sistema político baseado na justiça, dignidade e direitos humanos.
Seida explicou que existe um grande consenso ao redor da figura de Tumeh, ao contrário de seu antecessor no cargo, Ghassan Hitto, que renunciou em 8 de julho após não conseguir formar governo. Alguns opositores criticaram a eleição de Hitto, em março, e afirmaram que o novo dirigente era pouco conhecido e viveu muitos anos fora do país, nos Estados Unidos.
Seida acrescentou que inclusive a oposição armada aprova Tumeh: “de fato, Salim Idris (chefe do Exército Livre Sírio) esteve presente nas reuniões e aceitou o resultado da votação”.
Dentista de profissão e natural da província de Deir ez Zor, Tumeh é um islamita independente que esteve preso na Síria entre 2007 e 2010. Ele foi membro da Declaração de Damasco, uma iniciativa de resistência pacífica que foi lançada por veteranos da oposição ao regime de Bashar al Assad antes de 2011, quando se iniciou o conflito.
Na opinião de Seida, o novo primeiro-ministro interino terá pela frente desafios importantes como a concessão de passaportes, administração das zonas “liberadas” pelos rebeldes e garantir os serviços básicos aos cidadãos, como o acesso à educação e à saúde.
