Alex Rodrigues – Agência Brasil
Segundo o diretor de Abastecimento do Exército, general Antonio Manoel de Barros, o local do evento foi escolhido de forma a permitir aos participantes testar e desenvolver soluções logísticas a serem empregadas no auxílio a operações em áreas remotas e desassistidas. A ideia é reproduzir em meio à floresta amazônica, condições semelhantes às enfrentadas por quem participa de operações de paz e de ajuda humanitária.
“A Amazônia tem grandes desafios logísticos no que diz respeito ao desenvolvimento de qualquer tipo de operação, particularmente de ações humanitárias. É uma região de fronteira, de difícil acesso e com dificuldades de comunicações. Este será o maior exercício logístico já realizado pelas Forças Armadas brasileiras”, declarou o general à Agência Brasil.
De acordo com Barros, o Exército prevê investir ao menos R$ 15 milhões no evento – valor que não inclui os gastos que cada órgão e país participante assumirá para enviar representantes e eventuais equipamentos. O evento contará com a presença de sete helicópteros do Exército, aviões do Ibama e da Força Aérea Brasileira e aeronaves da Colômbia e dos Estados Unidos.
“É um investimento cujo custo-benefício vale a pena, pois o Estado tem a obrigação de estar em condições de atuar para salvar vidas, o que não se faz improvisando. Além disso, toda a infraestrutura montada para o evento ficará como um legado para a população de Tabatinga, a exemplo da rede de esgoto e de iluminação que foram instaladas na área”, disse o general.
O exercício visa não só a capacitar militares das Forças Armadas, como também a promover uma maior integração entre os membros das principais instituições responsáveis por socorrer as vítimas de catástrofes naturais e acidentes, como, por exemplo, Defesa Civil, Corpo de Bombeiro, secretarias estaduais, polícias Militar e Civil. Até esta semana, 22 órgãos públicos já tinham confirmado o envio de representantes.
Segundo o general, o evento contará com exercícios simulados, palestras e um simpósio de ações humanitárias e desenvolvimento sustentável no Alto Solimiões, aberto aos interessados no tema. Na prática, no entanto, o transporte de material e a montagem de toda a infraestrutura necessária para receber esperados 2 mil participantes de 24 países são considerados parte do exercício, que contou também com um simpósio logístico e uma demonstração de equipamentos militares, realizado em agosto.
“Qualquer ação exige uma logística. Em catástrofes, é preciso planejar como o efetivo, os equipamentos e os suprimentos vão ser transportados até o local da ação. Além de preparar a área, é preciso pensar em como atender os feridos e evacuar as pessoas. Pensando nisso, teremos simulações de alguns tipos de incidentes que entendemos ser comuns a catástrofes e a discussão a respeito de problemas comuns a estas situações”, disse o general.