Caesb abre licitação para captação emergencial de água

O governo do Distrito Federal publicou, nesta sexta-feira (31) o edital do pregão eletrônico para as obras emergenciais de captação de água no Lago Paranoá. O projeto recebeu aporte de R$ 55 milhões da União e, se ficar mais caro, terá de receber verbas do Buriti. O prazo para conclusão é de seis meses, a partir do início dos trabalhos no local. Informações do G1.

Segundo o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, a captação deve ficar pronta na mesma época do sistema do Bananal. “Juntos, eles vão reforçar tanto [o reservatório do] Descoberto quanto Santa Maria”, diz o gestor, em material divulgado pelo governo.

As bombas de captação devem ser instaladas na altura da MI 4, no Setor de Mansões do Lago Norte, em um braço do Ribeirão do Torto que se liga ao Lago Paranoá. A mini-estação consiste em um sistema de motores-bomba que vão ficar em balsas no leito do lago. Serão quatro, no total, com capacidade para captar 700 litros por segundo – metade do que atualmente é consumido pelo Plano Piloto.

Funcionamento

O circuito, que funciona com energia elétrica, vai puxar a água do Paranoá e transportá-la para uma estação móvel de tratamento, composta por membranas de moléculas grandes e com elevada capacidade de filtragem. Essas membranas, instaladas em cointêineres, vão ficar perto da margem do lago.

Depois de tratada, a água será bombeada para dois reservatórios ligados à rede que abastece o DF. O volume captado irá abastecer Lago Norte, Varjão, Paranoá, Itapoã, Taquari e Sobradinho 2 e desafogar o reservatório de Santa Maria. Um sistema de bombas também será instalado para interligar o tanque ao do Descoberto, o mais atingido pela crise hídrica.

Exemplo de São Paulo

Há duas semanas, reportagem do G1 mostrou que o modelo escolhido pela Caesb é o mesmo adotado por São Paulo na crise hídrica de 2014-15. A estrutura tem custo alto e depende quase exclusivamente de energia elétrica para captar e distribuir o recurso – o que deixa o litro de água pelo menos três vezes mais caro.

A gerente do departamento de tratamento de água da Sabesp – a companhia paulista de distribuição de água –, Cláudia Mota, acompanhou a instalação dos dois módulos usados pela empresa na época. Para ela, o modelo tem prós e contras.

“O custo da implementação da membrana é mais caro do que o do sistema tradicional. Por ser nova, a manutenção dessa tecnologia ainda é muito cara, fora os gastos com eletricidade. Mas, a vantagem está no tempo de resposta.”

Como foi autorizada em um esquema emergencial, a obra no Lago Paranoá tem prazo de seis meses para ficar pronta. Durante a crise hídrica em São Paulo, a Sabesp instalou dois módulos semelhantes. O primeiro levou quatro meses para começar a funcionar e o segundo, seis.

Já um reservatório permanente pode levar muito mais tempo para ficar pronto. O projeto que o GDF quer construir no próprio lago tem previsão de ficar pronto em quatro anos. Até agora, as obras sequer começaram: elas dependem de verbas do governo federal, que foram contingenciadas por causa da crise econômica no país.

Para o especialista em recursos hídricos Henrique Leite Chaves, da Universidade de Brasília (UnB), o custo alto compensa diante da gravidade do problema. “É a única alternativa. Mais caro seria ficar sem água. O sistema pode significar ter ou não ter água nos reservatórios no fim do ano”, disse.

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