Deputado distrital Cristiano Araújo vira réu por fraudes em 2012

Durante a sessão desta terça, 17 desembargadores votaram a favor de levar o caso a julgamento, incluindo o relator J. J. Costa Carvalho. Dois magistrados deram voto contrário, indicando o arquivamento da denúncia. Em nota, o distrital diz ter recebido a notícia com “resignação”.

Segundo a defesa de Araújo, o processo está “repleto de irregularidades, como o cerceamento de defesa, falta de embasamento legal e outros erros”. O parlamentar diz que vai apresentar defesa, e que o processo legal “impedirá novas perseguições e abusos, como os que foram impostos até então pelos promotores”.

Se for condenado, Araújo ainda poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O mérito da ação também será julgado pelo Conselho Especial, mas essa análise não tem data prevista.

 Entenda

A suspeita de fraude nas bolsas foi investigada pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil em um inquérito aberto em 2012, com a operação Firewall II. Segundo o processo que tramita na Justiça, um grupo de pessoas coordenado por Araújo supostamente fraudou, “mediante ajuste e combinação prévios, o caráter competitivo do procedimento licitatório para as bolsas”.

Entre 2011 e 2012, Araújo chegou a ocupar a chefia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF. Segundo as denúncias, um grupo de beneficiados chegou a receber bolsas de R$ 4 mil mensais para pesquisa, mesmo sem ter qualificação e sem desenvolver nenhum trabalho.

No inquérito, o delegado responsável atribui nove crimes de fraude em licitações ao parlamentar, além de formação de quadrilha. Como o distrital tem privilégio de foro, o processo não chegou a tramitar na primeira instância e foi enviado diretamente ao Conselho Especial. O colegiado nunca avaliou o tema em plenário.

O inquérito da Polícia Civil também resultou em denúncias contra outras 31 pessoas, incluindo o ex-presidente da FAP Renato Caiado, ex-servidores do órgão, o então secretário de Ciência e Tecnologia Gustavo Brum e aqueles que foram beneficiados pelas bolsas. Como essas pessoas não têm mandato eleitoral vigente, os processos tramitam nas Varas Criminais do DF.

Ao longo das investigações, conversas telefônicas interceptadas pela polícia com aval da Justiça indicaram que o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso na operação Lava Jato, tinha conhecimento do suposto esquema na FAP-DF. À época, o MP não viu elementos suficientes para pedir a condenação do político. As informações foram repassadas à Procuradoria-Geral da República (PGR). Informações do G1.

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