
Documento apresentado na última sexta-feira pelas agências de inteligência dos Estados Unidos ao presidente eleito Donald Trump continha dados, não revelados até agora, que alegam que a Rússia possui informação pessoal e financeira que pode comprometer o empresário nova-iorquino, segundo a CNN. A rede de televisão assegura que o relatório também menciona contatos da equipe do republicano com agentes russos durante a campanha. Já o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que é “uma farsa” que a Rússia tenha informações delicadas sobre Trump. Informações do El País.
O conteúdo do relatório não foi corroborado pela CNN, tampouco sua procedência foi comprovada. Mas, segundo vários meios de comunicação norte-americanos, os espiões norte-americanos decidiram apresentar ao presidente eleito os dados porque consideram que a fontes são suficientemente críveis para tal e porque acham que Trump deve estar a par de que está circulando tais alegações prejudiciais sobre ele. Segundo o jornal The New York Times, que ressalta que a veracidade do relatório ainda não foi confirmada, a documentação inclui referências à vídeos sexuais de Trump com prostitutas em um hotel em Moscou durante sua viagem à capital russa em 2013.
Trump respondeu às notícias com uma mensagem no Twitter escrita em letras maiúsculas na qual garante: “INFORMAÇÕES FALSAS – UMA AUTÊNTICA CAÇA ÀS BRUXAS POLÍTICA”.
“Sem dúvida tudo isso é uma farsa, mentiras e um disparate absoluto”, afirmou nesta quarta-feira Peskov, ao ser questionado em uma coletiva de imprensa, segundo a agência russa de notícias RIA Nóvosti. O porta-voz do Governo russo também voltou a afirmar que as sanções propostas contra o seu país pelo Senado dos Estados Unidos podem danificar não somente as relações com a Rússia, mas também a economia global. “Sem dúvidas esse tipo de restrição causará danos adicionais e não somente às relações bilaterais, mas também a economia global e ao mercado energético mundial”, disse.
O vazamento chega dias após Obama afirmar que seus serviços de inteligência acusavam a Rússia de “querer interferir” de fato nas eleições de novembro passado. As fontes consultadas pela rede de televisão CNN asseguram que os líderes do Congresso e do Senado tomaram conhecimento do conteúdo dessas alegações. Os jornais The New York Times e The Washington Post citaram posteriormente fontes próprias que tiveram conhecimento da reunião entre as agências de inteligência e Trump.
A rede de televisão afirma que o FBI abriu uma investigação sobre a credibilidade de tais acusações. Baseiam-se principalmente em dados que manipulam fontes russas e que foram reunidas por um ex-agente do serviço secreto britânico que trabalhou anteriormente com os EUA.
Se confirmada sua veracidade, ficaria demonstrado também que a Rússia reuniu informação que podia prejudicar os dois candidatos presidenciais, mas decidiu publicar somente a relativa à Hillary Clinton. Os detalhes que aparecem nestes documentos poderiam ter servido para chantagear Trump e forçá-lo a aproximar-se das posições da Rússia.
No relatório apresentado ao presidente eleito se explica que durante a campanha “houve um intercâmbio de informação continuado entre pessoas próximas a Trump e intermediários do Governo russo”, segundo a CNN, citando a dois agentes de segurança nacional.
Ainda segundo a rede norte-americana, a informação reunida a respeito de Trump tem sua origem em adversários anônimos do presidente eleito na campanha eleitoral. A investigação de oposição (oppo research, em inglês) é uma prática comum em EUA, que consiste em buscar informação prejudicial ao oponente com o objetivo de difundi-la durante a campanha. No Brasil, é conhecido como fabricar dossiês contra o adversário para municiar a imprensa.
O documento circulava desde o verão no hemisfério norte. “O que mudou desde [o verão passado]”, explica a CNN, “é que as agências de inteligência de EUA consideram o agente britânico e sua ampla rede em toda Europa como uma fonte suficientemente crível para incluir sua informação nos documentos apresentados ao presidente e ao presidente eleito”.