No despacho que autoriza as prisões, o juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, destaca a “personalidade voltada para a prática delitiva” de Fayed. E cita as mais de 15 incidências penais contra o doleiro, entre crimes de corrupção, contra o sistema financeiro, tributários, contrabando, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Denúncia
Marcelo Toledo não estava entre os quatro nomes com pedido de prisão pelo MPF. O nome do policial civil aposentado aparece, em julho deste ano, junto com 43 pessoas investigadas pela Operação Miquéias. Elas foram denunciadas pelo MPF à Justiça, em duas ações distintas, por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre elas, o doleiro e Marcelo Toledo, citado como um dos responsáveis pelo vazamento das informações das investigações aos envolvidos.A Operação Miquéias foi deflagrada em setembro de 2013, com a prisão de 27 pessoas e o cumprimento de dezenas de mandados de buscas e apreensão. O objetivo era desmantelar um esquema criminoso que desviava recursos de institutos previdenciários municipais por meio da cooptação de gestores municipais e da lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, os acusados simulavam consultoria financeira a agentes públicos e usavam empresas fantasmas para lavar o dinheiro desviado. O primeiro contato com os gestores era geralmente feito por mulheres bonitas.
Em dezembro do ano passado, o Metrópolesmostrou em uma reportagem especial que o doleiro havia expandido as suas atividades, com a abertura de casas de pôquer em Brasília.

Lava Jato
Embora não seja citado formalmente na Lava Lato, Fayed aparece em escutas que embasaram a prisão de Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, que batizou a operação da PF e do Ministério Público.Os dois são muito amigos, e há a suspeita de que tenham agido em sociedade. Os procuradores da Lava Jato têm uma agenda que indicaria transações financeiras entre os dois doleiros.Em uma das agendas apreendidas com Fayed pela Polícia Federal está um indicativo de pagamento de R$ 300 mil a “C. Habib”. Um posto de combustíveis no Recanto das Emas, que pertencia às empresas de Chater, foi transferido para o nome da ex-mulher de Fayed, Márcia Regina Traboulsi.