O deputado distrital Chico Vigilante (PT) disse que um assessor da deputada Celina Leão (PPS) foi visto colocando computadores em seu carro pessoal na garagem da Câmara Legislativa do Distrito Federal na tarde desta segunda-feira (22). Segundo ele, a denúncia foi feita por um servidor da Casa, que preferiu manter o anonimato. Nesta terça, a polícia faz uma operação de combate ao suposto esquema de propina e desvio de recursos de emenda parlamentar destinada ao pagamento de empresas de gestão de UTIs. São cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva. Os policiais apreenderam documentos e computadores na Câmara.
“Isso é gravíssimo. A pessoa me disse que viu o Sandro [Vieira], assessor da Celina Leão, colocando computadores no carro dele ontem à tarde. Precisa apurar, saber se foram levados mesmo e quais computadores são esses. Não é normal em um dia de trabalho colocar computadores dentro de um carro aqui na Câmara”, disse. O G1 não conseguiu contato com Vieira.
O deputado afirmou que vai entrar em contato com o Ministério Público, para pedir que o procurador-geral, Leonardo Bessa, requisite à Câmara as imagens de segurança do prédio. “Se for verdade, é gravíssimo, por ser tentativa de obstrução à Justiça” disse.

Investigação
A polícia apura denúncias da deputada Liliane Roriz (PTB) de que a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.
Os principais alvos da operação policial são os membros da Mesa Diretora: Celina Leão, o primeiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo, Júlio César (PRB), e o terceiro, Bispo Renato Andrade (PR). Também é alvo o deputado Cristiano Araújo (PSD).
Mesmo afastados da Mesa Diretora, os distritais mantêm os mandatos. O G1 não conseguiu contato com os parlamentares até a publicação desta reportagem.
O servidor da Câmara Alexandre Braga Cerqueira, o ex-servidor Valério Neves Campos e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso também foram intimados a depor. Eles são suspeitos de integrar o esquema denunciado.
A ação policial ocorre quase uma semana depois de a corporação apreender documentos e computadores no Palácio do Buriti, em uma investigação para apurar suspeitas de extorsão contra a presidente do sindicato dos servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.
Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, parte dos recursos foram repassados a deputados da Mesa Diretora. Informações do G1.