Reforma de Luiz Estevão em ala de presídio usou 14 toneladas de cimento

A reforma empreendida pelo ex-senador Luiz Estevão (ex-PMDB) no bloco que hoje ocupa em uma unidade da Papuda mobilizou 50 caçambas, 14 toneladas de cimento e 1,5 mil litros de tinta, afirmou o Ministério Público do Distrito Federal. As obras foram pagas por uma empresa de fachada e realizadas entre outubro de 2014 e fevereiro de 2015, quando Luiz Estevão ainda estava em liberdade, denunciou o MP.

A misteriosa reforma começou a ser desvelada quando foi concluída e ali foi alocado o senhor Luiz Estevão de Oliveira Neto, sem autorização judicial, permanecendo em uma ala inteira, na qual havia sido criado um pátio para banho de sol exclusivo, simplesmente sozinho, por praticamente quatro meses, e posteriormente recebendo a companhia apenas de outros quatro presos detentores de poder político/econômico”

Trecho da denúncia do MP

Condenado a 26 anos de prisão, Luiz Estevão é acusado pelo MP de financiar a reforma do bloco onde cumpre pena no Complexo da Papuda, em um processo por improbidade administrativa. De acordo com o órgão, ele contou com ajuda de três ex-gestores do sistema penitenciário para empreender a obra.

O ex-subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe) Cláudio Magalhães [atualmente chefe da assessoria da direção da Polícia Civil], o ex-coordenador-geral da Sesipe João Helder Ramos Feitosa [hoje delegado no Lago Sul] e o ex-diretor do Centro de Detenção Provisória (CDP) Murilo Cunha também foram denunciados, acusados de serem coniventes com o empreendimento. O G1 não conseguiu contato com o grupo.

Na terça-feira (9), a 1ª Vara de Fazenda Pública negou o pedido liminar dos promotores para bloquear bens do patrimônio de Estevão e dos ex-gestores. O MP informou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça do DF. Já o mérito do caso não tem previsão para ser julgado. Se condenados, eles podem ter de pagar multas e indenizações por danos morais coletivos. Informações do G1.