Policiais civil do Distrito Federal fizeram um ato em frente ao Palácio do Buriti, em Brasília, nesta quarta-feira (27) para pedir a contratação de novos agentes e a equiparação do reajuste salarial da categoria com o da Polícia Federal. Sem acordo com o governo, a categoria pretende reforçar a “operação-padrão” iniciada no último dia 4.
“Apenas 2 ou 3 mil provas foram produzidas durante a primeira etapa da operação. O governo só protela e impõe condições futuras. Se não tem condições de pagar a partir de janeiro de 2017, que [a negociação] ocorra de forma justa”, declarou.
Em carta divulgada no fim da tarde, o governador Rodrigo Rollemberg diz que considera a equiparação salarial justa, mas a negociação salarial “deve levar em conta a situação de grave crise” do país (leia íntegra abaixo). O Palácio do Buriti convocou nova reunião para a próxima terça (2) com representantes do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol).
Segundo o sindicato, 2,5 mil policiais civis deram um “abraço coletivo” no Palácio do Buriti e pediram que Rollemberg assinasse o reajuste, durante assembleia realizada nesta quarta.
Equipes do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar interditaram duas das seis faixas do Eixo Monumental, no sentido Rainha da Paz, para garantir a segurança do ato.
Rodrigo Franco afirmou que a categoria pode fazer paralisações durante a Olimpíada – o DF receberá dez jogos de futebol no Mané Garrincha entre os dias 4 e 13 de agosto. Em áudio divulgado em junho, o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) propôs a PMs que faltassem ao trabalho no dias de jogos para pedir reajuste.
Na manifestação desta quarta, os policiais carregavam apitos e faixas pedindo o reajuste dos salários e a implementação da operação. Em alguns momentos, o trânsito na via precisou ser interrompido. Carros e motos dos policiais foram estacionados sobre o gramado central do Eixo Monumental, próximo ao Memorial dos Povos Indígenas.
“O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, vem a público reconhecer a excelência do trabalho prestado por todas as carreiras que integram a Polícia Civil do Distrito Federal. Nesse sentido, considera justo o pleito das categorias pelo direito à paridade historicamente existente entre a Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal.
No entanto, como governador de toda a população do Distrito Federal, e com a necessária responsabilidade no trato dos recursos públicos, entende que qualquer compromisso de reajuste salarial deve levar em conta a situação de grave crise atravessada pela economia nacional, inédita na história recente do Brasil.
Essa crise gerou a queda de 3,8% do PIB brasileiro somente no ano de 2015, o que se refletiu, pela primeira vez, na diminuição dos valores repassados ao Fundo Constitucional do Distrito Federal no ano de 2016 em comparação com 2015, no montante de R$ 380.000.000,00 (trezentos e oitenta milhões de reais). Importante registrar que, em 2015, 50,5% dos recursos do Fundo foram destinados à Segurança Pública, percentual esse que evoluiu para 60% em 2016. O restante dos recursos do Fundo é aplicado na Saúde e na Educação no DF.
Aliado a isso, a definição do cenário político-institucional nacional, previsto para agosto, poderá emitir sinais importantes sobre o comportamento da economia nos próximos meses.
Pelo exposto, o governo necessita avaliar a viabilidade de uma proposta de reajuste salarial condizente com o comportamento da economia brasileira e local. Para isso, sugerimos a imediata criação de um comitê de negociação, com a primeira reunião na terça-feira (2/8/2016), às 10 horas.” Informações do G1.