Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil • Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Após PL da Dosimetria, como fica Bolsonaro? Professor de Direito explica

Projeto aprovado na Câmara diminui penas para crimes contra o Estado democrático e facilita progressão de regime, beneficiando condenados nos atos antidemocráticos

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (10) o Projeto de Lei da Dosimetria, que reduz as penas dos envolvidos na trama golpista e nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O texto, que segue para análise do Senado Federal, pode ter impacto direto sobre as condenações de Jair Bolsonaro e demais réus dos ataques às instituições democráticas.

Em entrevista ao Live CNN, Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que o projeto foi estruturado para restringir a redução das penas àqueles condenados por crimes contra o Estado constitucional e democrático de direito, previstos na Lei 14.197 de 2021. “Por ironia do destino, uma lei que foi sancionada e promulgada à época por Jair Bolsonaro, a Lei dos Crimes contra a Democracia”, destaca Sampaio.Play Video

Impacto nas penas e possíveis consequências

O projeto não apenas reduz as penas em abstrato para os crimes contra a democracia, mas também altera as regras de progressão de regime previstas na Lei de Execução Penal. Segundo o professor, uma das principais mudanças está relacionada ao tempo necessário para a progressão de regime.

“Como o único caso no Brasil em que crimes contra a democracia foram julgados foram esses de 2022 e 2023, é para eles que se vai aplicar o texto da lei”, afirma o especialista. Ele ressalta que, caso o projeto seja aprovado no Senado e transformado em lei, os advogados dos condenados deverão solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a adequação das penas impostas e do modelo de progressão de regime.

No caso específico de Bolsonaro, Sampaio explicou que a pena original de 27 anos e três meses poderia ser reduzida para cerca de 20 anos, com o tempo em regime fechado caindo de seis anos e dez meses para três anos e quatro meses. Com remissões por leitura de livros e trabalho, esse período poderia diminuir ainda mais, chegando a dois anos e quatro meses.

Aplicação retroativa e tramitação no Senado

O professor esclareceu que, por se tratar de uma lei penal benéfica, ela se aplicará retroativamente a todos os casos relacionados. “É típico dos países do mundo ocidental livre que certos princípios de direito penal se apliquem em defesa da dignidade da pessoa humana. Um deles é o da retroatividade da lei penal que a beneficia”, destacou.

Sampaio alertou para um ponto de atenção no projeto: a possibilidade de que as alterações nas regras de progressão de regime possam, eventualmente, beneficiar condenados por outros tipos de crimes. Segundo ele, a redação final do texto será determinante. O professor ressalta a importância de um “ajuste fino” no Congresso Nacional antes da aprovação definitiva da proposta.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN.

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