Quando e quais exames devem ser feitos para o diagnóstico precoce do câncer de próstata? A resposta depende da idade, do histórico familiar e de uma boa conversa com o médico. O tema ganha ainda mais relevância neste Novembro Azul, especialmente diante do aumento de casos em homens mais jovens. CNN Brasil Siga a CNN Brasil no Google e receba as principais notícias do Brasil e do Mundo Seguir no Google Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de atendimentos de pacientes com até 49 anos para tratar câncer de próstata cresceu 32% entre 2020 e 2024 — passando de 2,5 mil assistências em 2020 para 3,3 mil em 2024. Esses números reforçam o alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Play Video Leia mais Diagnóstico do câncer de próstata une exames conhecidos e novas técnicas Diagnóstico do câncer de próstata une exames conhecidos e novas técnicas Câncer de próstata: Dr. Kalil aponta pico de incidência aos 70 anos Câncer de próstata: Dr. Kalil aponta pico de incidência aos 70 anos Atendimento por câncer de próstata cresce 32% entre homens de até 49 anos Atendimento por câncer de próstata cresce 32% entre homens de até 49 anos Embora a idade ainda seja o principal fator de risco para esse tipo de tumor, o histórico familiar tem grande influência. Homens com um pai diagnosticado com câncer de próstata têm o dobro de risco de desenvolver a doença. Se o diagnóstico for em um irmão com menos de 60 anos, o risco é três vezes maior. Quando há pai e irmão com essa neoplasia, esse risco sobe para quatro vezes — podendo chegar a ser cinco ou seis vezes maior se ambos tiverem recebido o diagnóstico antes dos 60 anos. Esses casos configuram um histórico familiar importante, que exige acompanhamento médico mais atento, geralmente a partir dos 45 anos. Há também situações mais raras em que síndromes genéticas, como o BRCA (a mesma mutação associada ao maior risco de câncer de mama enfrentado por Angelina Jolie), podem aumentar a chance de desenvolvimento da doença. Nesses casos, a avaliação médica pode começar ainda mais cedo, por volta dos 40 anos. Para a maioria dos homens, porém, a atenção deve se intensificar a partir dos 50 anos. Os principais exames para investigar alterações são o PSA (exame de sangue) e o toque retal, que se complementam: há tumores que elevam o PSA mesmo com o toque normal, e outros em que o toque indica alterações mesmo com o PSA baixo. Como existem tipos de câncer de próstata muito diferentes, a combinação dos dois exames aumenta as oportunidades de detectar precocemente qualquer anormalidade. Vale lembrar que nenhum desses exames confirma o diagnóstico. Eles apenas levantam uma suspeita, que deve ser investigada com exames de imagem, como a ressonância magnética, e confirmada por biópsia. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) não recomenda, no entanto, a realização de exames de rotina com finalidade de diagnóstico para toda a população masculina adulta. A decisão sobre o rastreamento, segundo o INCA, deve ser individualizada, resultado de uma conversa franca entre médico e paciente, considerando fatores de risco, histórico familiar e expectativa de vida. Por isso, é essencial que a informação esteja acessível e que os homens se sintam confiantes para cuidar da própria saúde. Romper o silêncio, buscar orientação e falar sobre prevenção são atitudes que podem salvar vidas. Neste Novembro Azul, o convite é claro: informar, incentivar a prevenção e valorizar o diagnóstico precoce. Falar sobre o câncer de próstata é um gesto de cuidado consigo mesmo e com quem se ama. *Texto escrito pelo oncologista Fernando Maluf (CRM 81.930), Head Regional da Brazil Health

Câncer de próstata: quando é hora de fazer os exames de rotina?

Novembro Azul chama atenção para a prevenção, mas o cuidado com a saúde do homem deve acontecer o ano inteiro

Quando e quais exames devem ser feitos para o diagnóstico precoce do câncer de próstata? A resposta depende da idade, do histórico familiar e de uma boa conversa com o médico. O tema ganha ainda mais relevância neste Novembro Azul, especialmente diante do aumento de casos em homens mais jovens.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de atendimentos de pacientes com até 49 anos para tratar câncer de próstata cresceu 32% entre 2020 e 2024 — passando de 2,5 mil assistências em 2020 para 3,3 mil em 2024. Esses números reforçam o alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.Play Video

Embora a idade ainda seja o principal fator de risco para esse tipo de tumor, o histórico familiar tem grande influência. Homens com um pai diagnosticado com câncer de próstata têm o dobro de risco de desenvolver a doença. Se o diagnóstico for em um irmão com menos de 60 anos, o risco é três vezes maior. Quando há pai e irmão com essa neoplasia, esse risco sobe para quatro vezes — podendo chegar a ser cinco ou seis vezes maior se ambos tiverem recebido o diagnóstico antes dos 60 anos.

Esses casos configuram um histórico familiar importante, que exige acompanhamento médico mais atento, geralmente a partir dos 45 anos. Há também situações mais raras em que síndromes genéticas, como o BRCA (a mesma mutação associada ao maior risco de câncer de mama enfrentado por Angelina Jolie), podem aumentar a chance de desenvolvimento da doença. Nesses casos, a avaliação médica pode começar ainda mais cedo, por volta dos 40 anos.

Para a maioria dos homens, porém, a atenção deve se intensificar a partir dos 50 anos. Os principais exames para investigar alterações são o PSA (exame de sangue) e o toque retal, que se complementam: há tumores que elevam o PSA mesmo com o toque normal, e outros em que o toque indica alterações mesmo com o PSA baixo. Como existem tipos de câncer de próstata muito diferentes, a combinação dos dois exames aumenta as oportunidades de detectar precocemente qualquer anormalidade.

Vale lembrar que nenhum desses exames confirma o diagnóstico. Eles apenas levantam uma suspeita, que deve ser investigada com exames de imagem, como a ressonância magnética, e confirmada por biópsia.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) não recomenda, no entanto, a realização de exames de rotina com finalidade de diagnóstico para toda a população masculina adulta. A decisão sobre o rastreamento, segundo o INCA, deve ser individualizada, resultado de uma conversa franca entre médico e paciente, considerando fatores de risco, histórico familiar e expectativa de vida.

Por isso, é essencial que a informação esteja acessível e que os homens se sintam confiantes para cuidar da própria saúde. Romper o silêncio, buscar orientação e falar sobre prevenção são atitudes que podem salvar vidas.

Neste Novembro Azul, o convite é claro: informar, incentivar a prevenção e valorizar o diagnóstico precoce. Falar sobre o câncer de próstata é um gesto de cuidado consigo mesmo e com quem se ama.

*Texto escrito pelo oncologista Fernando Maluf (CRM 81.930), Head Regional da Brazil Health

Tags:

Gostou? Compartilhe!

Últimas notícias
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore