Medidas restritivas também incluem proibição de uso de redes sociais e vedação de contato com Eduardo Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá que utilizar tornozeleira eletrônica para evitar um suposto risco de fuga do país. Bolsonaro foi alvo, na manhã desta sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida ocorre no âmbito do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Além de buscas em sua residência e no escritório político na sede do PL em Brasília, Bolsonaro foi submetido a uma série de medidas restritivas impostas pela Corte.
Entre as determinações de Moraes também estão: recolhimento domiciliar noturno (entre 20h e 6h), proibição de uso das redes sociais, vedação de contato com diplomatas estrangeiros e também com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos e apontado como um dos articuladores de medidas de retaliação contra autoridades brasileiras pelo presidente Donaldo Trump. Aliados teriam confirmado que o ex-presidente foi levado ainda pela manhã para a instalação do equipamento de monitoramento.
Segundo a Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem adotado condutas que configuram coação no curso do processo, obstrução da Justiça e atentado contra a soberania nacional. As investigações indicam que ele estaria agindo para dificultar o andamento do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado.
Ministros do Supremo Tribunal Federal já desconfiavam da possibilidade de fuga e reuniram indícios de que Bolsonaro se preparava para deixar o Brasil e solicitar asilo político ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O “desespero” demonstrado por Bolsonaro nos bastidores e declarações públicas de Trump em sua defesa teriam sido decisivos para as medidas cautelares, segundo um magistrado ouvido pela coluna.
A determinação do uso de tornozeleira eletrônica partiu de uma petição no inquérito que apura tentativas de obstrução da Justiça por parte do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Com a decisão, Bolsonaro passará a ser monitorado 24 horas por dia.
Na quinta-feira (17), Trump divulgou uma carta endereçada ao ex-presidente brasileiro pedindo o fim imediato do processo. “Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto”, escreveu, em documento com timbre da Casa Branca publicado em sua rede social, a Truth Social.
*Com informações da Folha de S. Paulo
Fonte: Mais Goiás