Uma megaoperação nacional deflagrada na manhã de quinta-feira (29) mirou uma complexa rede criminosa ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), com atuação em pelo menos seis estados, incluindo Goiás. Batizada de “Operação Serras Gerais”, a ação foi coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Tocantins (FICCO/TO) e teve como foco as estruturas financeiras e logísticas das facções envolvidas.
Ao todo, a força-tarefa cumpriu 50 mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária e 35 de busca e apreensão. Também foram determinados o bloqueio de R$ 64 milhões em bens e valores dos investigados, além da apreensão de fazendas, veículos de luxo, caminhões, aeronaves e até embarcações.
Segundo as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 70 milhões em apenas oito meses, utilizando uma rede de empresas — tanto legítimas quanto de fachada — para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Entre elas, destaca-se uma construtora usada para disfarçar a origem ilícita dos recursos.
Uma instituição financeira também é alvo central da investigação. A empresa é suspeita de atuar como um verdadeiro “banco paralelo” para uma facção criminosa goiana com atuação interestadual, oferecendo suporte para transações financeiras ilegais.
Apesar da dimensão da operação, até o momento não há confirmação oficial sobre o número de prisões efetivadas.
“Essa operação mostra o nível de sofisticação que o crime organizado atingiu no Brasil. A atuação de facções como o PCC não se limita mais ao tráfico de drogas — elas estão profundamente infiltradas na economia formal, usando empresas e até instituições financeiras para lavar dinheiro. É fundamental que a Justiça avance não só nas prisões, mas também no desmonte das redes financeiras que sustentam essas organizações.