Para ministros, diagnóstico pode ser relevante para entender a alta abstenção em 2024
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve mapear o número de pessoas que se mudaram de cidade e não transferiram o título de eleitor. A iniciativa faz parte de um esforço para entender as razões da alta abstenção em 2024.
A depender do diagnóstico, a Corte deve intensificar as campanhas pelo recadastramento de eleitores em todo o país – o objetivo é evitar que os índices elevados se repitam no pleito de 2026.
Neste ano, a abstenção no segundo turno foi de 29,26%. A taxa foi considerada preocupante pelos técnicos do TSE, pois se assemelha à da eleição de 2020 (29,53%), realizada em meio à pandemia.
A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, anunciou uma pesquisa para descobrir a causa do fenômeno. A ideia é fazer um grande levantamento de dados junto aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e identificar os principais entraves.
Além da questão dos migrantes, outros fatores são considerados pela área técnica do TSE – questões climáticas como as chuvas, por exemplo. O ponto facultativo na segunda-feira – dia do servidor público – também pode ter estimulado eleitores a viajar no fim de semana.
Há uma leitura, ainda, de que a abstenção no segundo turno também pode refletir um descontentamento da sociedade com a política de uma forma geral. O TSE também deve reforçar, a partir de 2025, campanhas de comunicação sobre a importância do voto.