O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, nesta quarta-feira (14), que a supressão nativa do Cerrado no Distrito Federal aumentou 17% entre agosto 2021 e julho de 2022. A área total desmatada passou de 5,36 km², enquanto no período anterior foi de 4,55 km².
A área desmatada é maior do que o Parque da Cidade, por exemplo. De acordo com a professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante, grande parte do Cerrado no DF está dentro de áreas de proteção ambiental (APAs).
Segundo a pesquisadora, essas áreas têm um nível de conservação alto da vegetação nativa, o que deveria garantir maior preservação. No entanto, ela afirma que isso não está sendo efetivo.
A professora diz que o avanço do desmatamento é “muito impactante” porque o DF precisa da conservação da cobertura vegetal do Cerrado, tendo em vista a situação hídrica da região. Em 2017, por exemplo, a capital enfrentou um racionamento de água.
“A preservação necessária para manutenção do recursos hídricos. A convergência da perda de vegetação nativa e da mudança do padrão de chuvas tornará a situação hídrica ainda mais crítica para o DF”, afirma.
Desmatamento no Brasil
O desmatamento no Cerrado, a nível nacional, aumentou 25,3% no último ano, segundo os dados do Inpe. Foram derrubados 10,7 mil km² de vegetação nativa, área maior que o tamanho do Líbano, por exemplo.
Essa é a maior área devastada em seis anos. O bioma já perdeu 50% de sua vegetação nativa.
O Estado do Maranhão concentrou a maior parte da devastação, com 2,92 mil km², seguido por Tocantins (2,52 mil km²), Bahia (1,86 mil km²) e Piauí (1,78 mil km²). As quatro unidades da federação representam 71% do desmatamento no Cerrado. O aumento em relação ao ano anterior foi de 104% no Piauí e de 54% na Bahia. Maranhão e Tocantins registraram alta de 24%. (G1)