Ibaneis vê saúde do DF com problemas, promete construir 3 hospitais e privatizar Metrô

O governador Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição no Distrito Federal , foi o primeiro entrevistado na série do g1 DF que teve início nesta terça-feira (23). Leila Barros, a Leila do Vôlei, do PDT, seria entrevistada na segunda-feira (22), mas não quis participar. Durante a conversa de uma hora com os jornalistas Fred Ferreira e Rita Yoshimine, o governador reconheceu que a saúde no DF tem “problemas”, prometeu a construção de três novos hospitais e a contratação de anestesistas não concursados, por meio de cooperativas, para desafogar a fila de cirurgias eletivas. Ibaneis também repetiu que vai privatizar o Metrô.

Nesta quarta (24), o entrevistado será o candidato do PSD, Paulo Octávio. Ele e Ibaneis tiveram mais de 6% ou mais na pesquisa Ipec de 15 de agosto e, por isso, são entrevistados ao vivo.

Os outros nove candidatos ao GDF terão entrevistas de 20 minutos, gravadas sem corte, exibidas entre 29 de agosto e 8 de setembro.

Construção de 3 hospitais e contratação de anestesistas por meio de cooperativa

O governador reconheceu que o Distrito Federal “continua a ter problemas na saúde”. Ibaneis Rocha atribui parte deles à pandemia de Covid-19. “Tivemos investimento de R$ 3 milhões só na pandemia. Se não tivesse [pandemia] teríamos construído três hospitais”, disse Ibaneis.

De acordo com o candidato, caso seja reeleito, três novas unidades de saúde serão construídas no Recanto das Emas, em São Sebastião e na “região Centro-Sul” de Brasília. Além disso, para desafogar a fila de cirurgias eletivas, Ibaneis disse que quer contratar anestesistas não concursados, por meio de cooperativas.

Outro plano é “melhorar” o sistema de compras de insumos, por meio de parceria público-privada (PPP). Ibaneis também defendeu a manutenção do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges) e falou sobre a investigação contra o ex-secretário de Saúde Francisco Araújo, que foi preso, em 2020, durante a operação Falso Negativo, que investiga fraude na compra de testes para detecção da Covid-19.

“Continuam sendo suspeitas. Eu não acompanhava as compras de perto, como não acompanho, delegando aos meus secretários que façam as compras e façam acompanhamento. O processo dele foi anulado e remetido à Justiça Federal e continuam sendo só suspeitas. Não tem nada comprovado. Não tem nada julgado. A gente aguarda um posicionamento da Justiça e quem tiver suas culpas que se resolvam com elas”, disse Ibaneis.

Privatização do Metrô e ampliação do BRT

Entre as propostas para o transporte público, Ibaneis falou sobre a privatização e a ampliação do Metrô. O intuito, caso seja reeleito, é estender o serviço até a Asa Norte.

O projeto de privatização não foi aprovado pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF), mas, para o candidato, “esse é o melhor caminho”, porque o Metrô exige um investimento muito alto.

“A parte de construção é do Estado, o que transfere para o privado é o serviço. É o que acontece nas grandes capitais, como São Paulo. O Metrô está sucateado, não tem como resolver em quatro anos”, disse Ibaneis.

O candidato falou também sobre a ampliação do BRT para a região Norte do Distrito Federal e ainda de obras para atender, com o BRT, a população da região sul do Distrito Federal. Ibaneis prometeu ainda a criação de novas linhas de ônibus que atendam moradores do Itapoã e do Paranoá, separadamente.

Habitação x invasões

Sobre habitação, o candidato falou das operações de derrubada em áreas invadidas no Distrito Federal, e a pausa nos despejos, decretada pelo ministro do do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, por causa da pandemia da Covid-19. O combate às invasões está no plano de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“A decisão do ministro Barroso foi prorrogada até outubro, o que nos atrapalha muito no combate a essas invasões”, disse Ibaneis.

Uma das propostas do emedebista, caso seja reeleito, é regularizar a área do Assentamento 26 de Setembro, onde vivem cerca de 46 mil pessoas. A área, que fica próximo a Taguatinga e a Vicente Pires, faz parte da Floresta Nacional (Flona).

Um projeto de lei aprovado no Congresso Nacional, altera o limite da área verde, a fim de promover a regularização urbana do assentamento. O PL aguarda sanção do presidente da República.

“No momento que for repassado para o Distrito Federal, nós vamos fazer o projeto urbanístico, vamos desenvolver todas as licitações pra fazer as obras de infraestrutura, e vamos cobrar pelos terrenos, assim como foi feito na Arniqueiras, como foi feito na Vicente Pires. Todo mundo vai ter que pagar novamente”, disse.

Assistência Social e as filas no Cras

Sobre Assistência Social, Ibaneis destacou a quantidade de benefícios oferecidos durante seu governo. Segundo ele, em sua gestão, uma média de 500 mil pessoas conseguiram auxílios oferecidos pelo GDF por ano. Segundo Ibaneis, o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que o antecedeu, beneficiou apenas 157 mil pessoas no último ano de governo.

Ibaneis disse que contratou 1.121 novos servidores para a assistência social, e que começou a pagar o benefício Prato Cheio, o Cartão Gás e o DF Social. Ele ainda destacou o Auxílio Brasil, oferecido pelo Governo Federal. “Não podemos negar o que foi feito”, disse.

Questionado sobre as filas nas portas dos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Ibaneis disse que o processo para a aquisição dos benefícios depende de uma investigação social, com um questionário com 300 perguntas, e que o trabalho deve ser feito por assistentes sociais e não pode ser sistematizado.

Sobre a morte de Jnaína Araújo, de 44 anos, enquanto aguardava atendimento na fila do Cras do Paranoá, Ibaneis se solidarizou, mas destacou que a mulher tinha problemas de saúde e que “não morreu porque estava na fila”.

Segurança pública

Na Segurança Pública, Ibaneis destacou que os índices de violência caíram no DF. No entanto, ele admitiu que ainda existem “gargalos”, como os casos de feminicídio.

Entre as propostas do candidato, está a construção de mais quatro Casas da Mulher. Atualmente, Brasília tem uma unidade, em Ceilândia.

Para Ibaneis, o ideal seria a criação de uma Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) em cada região. Ele prometeu a entrega de, pelo menos, mais uma, em Planaltina, que havia prometido nas eleições de 2018.

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