Hospitais públicos no Rio têm UTIs para coronavírus cheias e mais de 300 pacientes à espera de vaga

Mais de 300 pessoas com coronavírus ou com suspeita estão à espera de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (27). Não há mais nenhuma vaga de UTI para pacientes com Covid-19 nos hospitais públicos do município – incluindo os estaduais e federais. Na rede estadual, só há vagas para pacientes com esta doença em Volta Redonda, Sul Fluminense, no Hospital Zilda Arns, a mais de 120 quilômetros do Rio. Familiares dizem que, mesmo assim, não têm conseguido transferência. Informações do G1.

Do lado de fora de vários hospitais, já foram montados contêineres frigoríficos onde vão ficar armazenados os corpos até o sepultamento. É o caso do Zilda Arns, Souza Aguiar, Evandro Freire e Ronaldo Gazolla.  Cada contêiner tem capacidade de armazenar 18 corpos. Hospitais do Rio recebem contêineres refrigerados para os corpos de vítimas da pandemia

 A medida é para evitar a superlotação dos necrotérios, segundo as autoridades públicas. O coronavírus já matou 677 pessoas no estado. A rede pública de saúde opera no limite desde a semana passada, como revelam os números de pacientes à espera de UTI:
  • Dia 22 – 269
  • Dia 23 – 220
  • Dia 24 – 230
  • Dia 25 – 388
  • Dia 26 – 391
  • Dia 27 – 326

A variação, segundo a secretaria estadual de Saúde, ocorre porque pacientes receberam alta ou morreram.

Colapso

A previsão de que a rede pública entraria em colapso foi feita em 14 de abril pela pesquisadora Márcia Castro, da Universidade de Harvard. Em entrevista ao RJ2, ela disse que os casos se multiplicavam.

“A gente observa é que a gente pode ter uma sobrecarga sobre a demanda de recursos hospitalares antes do final do mês, por volta do dia 24. De 24 a 27 de abril, dependendo do cenário”.

A família de Ricardo Bezerra de 53 anos é a prova da superlotação dos hospitais. Eles só conseguiram uma vaga em Niterói depois de horas de espera. Entretanto, faltava uma ambulância. Ele até chegou ao hospital, mas morreu no domingo.

“Só que de meia noite e meia para conseguir uma ambulância foi muito dramático. Só conseguimos uma ambulância que chegou aqui às 9h20. Domingo, ele veio a óbito estraçalhando a alma da gente”, relata o parente Fred Gusmão. Agora, a família recomeça a saga. A filha de Ricardo, de apenas 15 anos, está com febre alta e também tem suspeita de Covid-19. 

Gostou? Compartilhe!

Mais leitura
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore