Justiça nega habeas corpus a sargento preso com cocaína na Espanha

O Superior Tribunal Militar (STM) negou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do segundo sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues – preso em Sevilha, na Espanha, por transportar 39 quilos de cocaína na bagagem.

O advogado Carlos Alexandre Klomfahs alegava que não teve acesso às investigações conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB) sobre o caso, o que estaria dificultando o trabalho da defesa. Segundo o advogado, o militar sofria “constrangimento ilegal”.

Ao analisar o caso, o presidente em exercício do STM, ministro José Barroso Filho, argumentou que o advogado não apresentou documentos que comprovem o pedido de acesso às informações junto à FAB. Por isso, para o ministro, “não se verifica constrangimento ilegal ventilado pela defesa”.

 Prisão

O militar, de 38 anos, foi detido em 25 de junho, na cidade de Sevilha, ao desembarcar do avião da FAB. Ele fazia parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O grupo estava em viagem ao Japão, para reunião da cúpula de líderes do G20, que reúne as 20 principais economias do mundo.

A aeronave onde estava Manoel Silva Rodrigues, que atua como comissário de bordo em voos da Força Aérea, costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente em viagens longas, e, por isso, fica à disposição de Jair Bolsonaro para quando ele pousar no destino.

A cocaína encontrada com o militar estava dividida em 37 pacotes de mais de um quilo. Fontes policiais disseram ao jornal espanhol “El País” que a droga não estava sequer camuflada entre roupas. “Em sua mala, havia apenas drogas”, afirmou uma porta-voz da força policial em Sevilha.

 

Buscas em apartamento

 

No início deste mês, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou buscas em um imóvel do segundo sargento da Aeronáutica no Distrito Federal. As diligências no apartamento foram autorizadas pela Justiça Militar.

Manoel Silva tinha uma vida modesta e morava há 21 anos no DF. Natural do Tocantins, o militar era morador de Taguatinga, região a quase 30 quilômetros de Brasília.

Rodrigues comprou um apartamento em um condomínio da região em 2017. O imóvel é avaliado em R$ 180 mil. O sargento tem ainda uma moto e um carro registrados em nome dele.

 

Trajetória

 

O militar também teve a vida investigada pela inteligência brasileira antes de entrar para o Grupo de Transporte Especial da FAB, em 2010.

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Em 2000, começou a trajetória na Aeronáutica. Quatro anos depois, Rodrigues prestou o concurso da FAB para taifeiro – profissional dedicado ao serviço de copa, mesa e camarotes oficiais. O militar foi aprovado em 6º lugar.

No ano seguinte, em 2005, fez o curso de formação de comissário de bordo. Agora, ele aguarda o julgamento do processo na Justiça em uma penitenciária espanhola.

 

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