Por Deutsche Welle (agência pública da Alemanha) Viena
Strache, líder do ultradireitista Partido da Liberdade (FPÖ), renunciou hoje ao cargo depois de a imprensa alemã ter revelado um vídeo em que ele aparece oferecendo futuros contratos governamentais a uma suposta magnata russa, em troca de apoio ao seu partido nas últimas eleições parlamentares, em 2017.
O político reconheceu que a gravação, feita em julho de 2017 com uma câmera escondida na ilha espanhola de Ibiza, é “catastrófico”, mas negou ter infringido a lei.
Kurz – um conservador cujo Partido Popular Austríaco (ÖVP) formou uma coalizão de governo com o FPÖ há um ano e meio – afirmou que o escândalo envolvendo Strache foi a gota d’água no relacionamento entre os dois partidos.
“Após o vídeo de ontem, preciso dizer honestamente que basta”, declarou o chanceler federal, listando uma série de outros escândalos menores que provocaram tensões entre as legendas desde o início da coalizão, no final de 2017.
Ao longo dos meses, vieram à tona incidentes quase semanais, geralmente relacionados com declarações antissemitas ou relações com grupos neonazistas.
A polêmica mais recente ocorreu no final de abril, quando um político do FPÖ escreveu um poema discriminatório, em que comparou imigrantes a ratos. O texto, publicado num folheto da legenda, provocou críticas generalizadas e deixou irritado o chanceler.
O poema intitulado “O rato urbano” foi impresso numa publicação local do partido nacionalista em Braunau am Inn, cidade localizada na fronteira com a Alemanha e famosa por ser o local de nascimento de Adolf Hitler. O texto escrito pelo vice-prefeito de Braunau am Inn, Christian Schilcher, advertia contra imigrantes e a mistura de culturas.