Distritais criticam privatização de CEB e Caesb e "caos na saúde"

Vigilante lembrou que o governador Ibaneis prometeu que iria valorizar os servidores da CEB e da Caesb

A sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (14) contou com críticas à proposta de privatização da CEB e da Caesb e também sobre a crise na saúde pública. Os temas foram abordados por vários distritais ao longo de toda a sessão. O deputado Chico Vigilante (PT) lembrou que durante a campanha o governador Ibaneis Rocha prometeu que iria valorizar os servidores da CEB e da Caesb, e agora anunciou que vai privatizar estas empresas.

Na avaliação de Vigilante, o governo tem que fortalecer estas empresas e não privatizar. Para ele, Ibaneis está seguindo a cartilha do ministro Paulo Guedes, defensor das privatizações. Vigilante disse ainda que a privatização neste momento “é burra”, pois as ações das empresas estão em baixa. O deputado lembrou debate realizado na Câmara, na semana passada, com a presença de servidores das estatais e representantes do governo, quando foi criado um fórum para discutir formas de recuperar as empresas.

Fábio Felix (PSOL), além de ratificar a sua posição contrária, disse que será necessário resistir às privatizações. Ele também pediu “coerência” ao governador que, durante a campanha, havia prometido que no seu mandato as estatais do DF não seriam privatizadas. Para o parlamentar, o assunto precisa ser debatido. Nesse ponto, o distrital teve apoio da colega Julia Lucy (Novo): “Concordamos plenamente, esse assunto tem de ser amplamente discutido e por todos os partidos”. A deputada está propondo audiência pública para discutir a situação de cada empresa pública do DF. “É necessário colocar outros perfis de análise econômica para verificar se é pertinente ou não a privatização”, ponderou.

Saúde – Vigilante e outros colegas também criticaram o governador pela demissão da direção do hospital de Sobradinho, depois da morte de uma jovem por falta de atendimento. Segundo as críticas, o governo não ataca os reais problemas de infraestrutura, pessoal e falta de medicamentos na rede pública de ensino.

O deputado Jorge Vianna (Podemos) condenou a demissão de servidores sem critérios claros. Ele defendeu também mais investimentos na saúde pública. Para o deputado Agaciel Maia (PR), o governador tem que parar de misturar política com questões administrativas.

A deputada Arlete Sampaio (PT) disse que a crise da saúde não será resolvida com a demissão de um ou outro. Segundo ela, os profissionais de saúde estão sendo responsabilizados pela falta de estrutura do setor. Arlete lembrou que, durante a discussão sobre a constituição do Instituto, ela chamou a atenção para a falta de convite aos técnicos da saúde da DF para que contribuíssem com o debate. “Temos especialistas que, além disso, conhecem a história da saúde do Distrito Federal. Mas, o governador preferiu gestores externos, alheios a esse histórico”, discorreu, apontando este fato como a causa da falta de alternativas para o setor. “Estamos patinando e se tivéssemos aplicado o conhecimento da nossa realidade, poderíamos ajudar a encontrar caminhos”, concluiu.

A deputada Julia Lucy (Novo) também disse que tem ouvido reclamações dos servidores da saúde que não foram chamados para o debate. “Em nenhum momento eles foram convocados para ajudar na elaboração de uma estratégia”, relatou. Além disso, destacou que o GDF não está mantendo um diálogo com a área de saúde federal. “Já está sendo elaborado um Cadastro Único do SUS e não estamos participando”, reclamou. Como exemplo do descaso na área da saúde, citou que o DF está perdendo estoques do Dispositivo Intrauterino (DIU) “porque não há profissionais para colocá-los”.

Já o deputado Hermeto (MDB) argumentou que não dá para jogar a conta de todo o caos da saúde somente no atual governador. Para ele, é preciso considerar a responsabilidade dos governos anteriores.

Também abordaram o tema os deputados Reginaldo Sardinha (Avante), Julia Lucy (Novo) e João Cardoso (Avante). Sardinha denunciou a falta de oftalmologista na rede. Julia Lucy assinalou que a expansão do instituto hospital de Base não adiantou nada e criticou a falta de planos de ação na área de saúde. João Cardoso afirmou que a culpa das mortes e do caos é de todo o estado. “E o governo atual precisa se conscientizar que vidas estão sendo ceifadas. Saúde em todo o DF sofre com a falta de equipamentos, de internet, remédios, condições de trabalho e fiscalização”, completou.

Enfermagem – Jorge Vianna também pediu a revogação de portaria da secretaria de Saúde, que, segundo ele, contraria legislação sobre enfermagem retirando poderes dos profissionais, exatamente no período em que se comemora a Semana Nacional da Enfermagem.

Ponto – O deputado Agaciel Maia (PR) ocupou a tribuna para condenar o ponto eletrônico, recentemente adotado pela Câmara Legislativa, somente para os servidores concursados. Maia lembrou que foi diretor do Senado e acabou com o controle de ponto. Para ele, a implantação de ponto é um atestado de que as gerências e a diretorias são incompetentes. “Não dá para acreditar que numa casa pequena com apenas 700 servidores precise implantar um ponto eletrônico, e mais grave, sem atingir a todos. Ponto é uma coisa retrógrada, do passado. Quem tem que gerenciar são os chefes”, sentenciou.

 

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