Por Marília Marques, G1 DF
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O chuveirinho faz parte da família das sempre-vivas, espécies distribuídas pelo Cerrado brasileiro — Foto: Jorge Diehl/VC no TG
Uma auditoria do Tribunal de Contas mostrou que das 99 Unidades de Conservação Ambiental do Distrito Federal apenas sete são regularizadas e possuem titularidade transferida para o governo. Ou seja, 92% dos parques e reservas do DF estão sem a documentação fundiária em dia.
De acordo com a Corte, 75% dos refúgios de vidas silvestres e outros tipos de unidades de proteção ambiental localizados em Brasília não têm, sequer, a área delimitada.
Por causa das falhas encontradas, o órgão de fiscalização deu um prazo de 120 dias para o GDF formalizar a localização dos limites dessas unidades. A determinação começou a contar no último dia 12 de fevereiro. O prazo vence em junho.
“A ausência de definição dos limites dificulta tanto a fiscalização quanto a regularização dessas áreas”, diz trecho do relatório.
Além disso, os auditores alertam que a falta de documentação sobre esses terrenos deixam os locais “sujeitos a danos ambientais e invasões”.
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Bombeiros fazem busca no rio São Bartolomeu, no DF — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
O documento – divulgado na última terça-feira (19) – detalha ainda que o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) tem conhecimento do problema.
Em resposta ao TCDF, o Ibram disse saber o número de chácaras existentes, mas “desconhece o total de famílias que habitam esses locais”. Até a publicação desta reportagem, o G1 aguardava o retorno do órgão.
Para o Tribunal, as construções em áreas de proteção ambiental, como ao redor da Floresta Nacional de Brasília, “agravam o problema fundiário no DF, pois a regularização passa a envolver, também, questões econômicas e sociais sensíveis”.
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Queimada em Área de Proteção Ambiental, em Brazlândia, no DF — Foto: PMDF/divulgação
‘Fiscalização precária’
Entre as falhas apontadas pelos auditores, o documento aponta a “ausência de plano de manejo”. O documento é uma espécie de relatório que lista as normas de uso dos recursos naturais e as restrições de uso da área.
“Esse plano serve para minimizar os impactos negativos sobre a Unidade de Conservação Ambiental e garantir a manutenção dos processos ecológicos”, aponta a auditoria.
O levantamento também citou “fiscalização precária ou ausente” em diversas APPs, incluindo a brigada de incêndios desses locais, falta ou insuficiência de muros, cercas e placas nos terrenos e “deficiência no treinamento da equipe técnica”.
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Retroescavadeira em Área de Proteção Permamanente (APP) no Paranoá, no DF — Foto: Polícia Militar/Divulgação
Desde 2012….
Esta não é a primeira vez que o Tribunal de Contas cita os problemas encontrados na gestão das unidades de conservação do DF. O primeiro documento sobre o caso foi produzido em 2012, quando a fiscalização revelou falhas em relação à proteção das áreas ambientais.
Embora o Ibram seja o principal órgão responsável pela gestão das políticas públicas de meio ambiente, o relatório informou que a regularização de parques e reservas ambientais do DF envolve também órgãos como a Terracap e a Agefis.