Por Camila Boehm – Agência Brasil São Paulo
Em Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, 30 pessoas ficaram desabrigadas e estão alojadas em uma igreja do município. A Defesa Civil estadual informou que não tem informações dos demais municípios. Apesar do mapeamento das áreas de risco do estado realizado pelo órgão, Nyakas não divulgou o número de habitantes dessas áreas.
Ele informou, no entanto, que a orientação da Defesa Civil para os habitantes de regiões que foram atingidas por alagamento e inundações é para que evitem sair de casa e esperem o nível das águas baixarem.
Riscos
O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, reforçou a orientação para que as pessoas se abriguem em locais seguros e não saiam durante a chuva e nem em regiões alagadas. Ele alegou também que muitos moradores de área de risco resistem em deixar de suas casas.
“A questão principalmente dos desbarrancamentos e desmoronamentos é uma questão das pessoas que moram em áreas de risco e ainda resistem com algumas remoções. Nos alagamentos, até onde nós constatamos, houve questões de quererem enfrentar o alagamento. E também existem as pessoas que estão na rua e quando ocorre o alagamento, são informadas, são avisadas, mas também não podemos impedir e inibir o direito de ir e vir”, disse Penido.
Questionado se as vítimas do desmoronamento em Ribeirão Pires – onde morreram quatro pessoas – tinham sido avisadas dos riscos, ele respondeu que não poderia falar especificamente deste caso. “Hoje todos nós acompanhamos as imagens da televisão e vimos a localização da casa e a situação onde houve o deslizamento. É visível que aquilo era uma área de risco”.
Sobre a ocupação de áreas de risco já identificadas pelo governo, ele disse que “sempre há o trabalho de evitar que as construções [nessas áreas] sejam efetivadas”. No entanto, diante na necessidade de realocação das famílias que vivem no locais de risco, “não se consegue ter esse atendimento habitacional definitivo [para as famílias] dentro do prazo que se tem, até por uma questão de recursos, de espaço para se construir e do próprio tempo para se construir”. A demanda da região metropolitana por habitação é de 600 mil unidades, segundo Penido.
Trem
A linha 10-Turquesa da CPTM voltou a funcionar no início desta noite com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Brás e Rio Grande da Serra, devido às fortes chuvas. A linha não chegou a abrir a operação às 4h40 de hoje, como ocorre normalmente.
Às 19h40, o Corpo de Bombeiros informou que desde as 0h foram 173 chamados para desabamentos, 129 para árvores – seja queda iminente ou vistoria técnica operacional, e 863 para enchentes.