Por Mariana Tokarnia – Agência Brasil
Cada escola organizou sua própria assembleia e não houve um critério que servisse de base para aprovação do modelo. Em uma escola, toda a comunidade podia referendar a aprovação da nova gestão por meio de um abaixo-assinado. Em outra, apenas alunos, professores, pais e funcionários puderam votar. Apesar de divergências sobre a validade dessas votações, o governo do DF (GDF) reconheceu a aprovação das unidades e começa nesta segunda-feira a implementar o modelo. A primeira semana será de adaptação. Os estudantes só usarão as fardas, típicas de escolas militares, no terceiro mês de aula.
A Secretaria de Educação do DF informou que práticas bem-sucedidas nessas escolsa poderão ser estendidas para o restante da rede pública, que atualmente tem 693 unidades. Uma das primeiras práticas que poderá ser replicada é um aplicativo para comunicação direta com os pais, que será implementado a partir de hoje nas escolas cívico-militares.
O modelo de educação cívico-militar divide opiniões. Os favoráveis defendem que o sistema gera índices elevados de aproveitamento escolar e o ensino de disciplina e regras. Os contrários afirmam que não cabe à polícia atuar dentro da escola e que o ideal é intensificar a segurança externa dos colégios.
Decisão
O modelo de gestão compartilhada, na qual os militares cuidam da parte administrativa e os professores da parte pedagógica da escola, foi anunciado em 11 de janeiro pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
Nas férias escolares, houve reuniões nas quatro unidades de ensino escolhidas como piloto. Segundo o governo do DF, para a escolha dos colégios foram considerados os seguintes critérios: nível de violência na região, baixo nível socioeconômico, desempenho em avaliações do Ministério da Educação (MEC) e a estrutura física da escola, que deveria estar apta a receber as atividades esportivas e musicais no contraturno.
No DF, a meta é implantar mais 36 unidades até o fim do ano. O GDF espera, até o fim do atual mandato, em 2022, chegar a 200 escolas.