Vale promete eliminar barragens iguais às de Mariana e Brumadinho

  O presidente da Vale, Fabio Schvartsman (foto), anunciou nesta terça-feira (29) que vai eliminar as dez barragens construídas com método semelhante ao de Mariana e de Brumadinho que ainda existem no país. Todas ficam em Minas Gerais. Em entrevista coletiva, ele comentou a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Informações do G1.

A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão moradores e funcionários da Vale. A vegetação e rios foram atingidos.

O presidente da Vale se referiu na entrevista às barragens que usam o método de alteamento a montante. As duas barragens que se romperam, em Mariana e Brumadinho, tinham esse tipo de estrutura. Embora seja bastante comum, ele é considerado o menos seguro.

“Depois que esse desastre aconteceu, não podemos mais conviver com esse tipo de barragem”, afirmou o presidente da Vale, Fabio Schvartsman. “Tomamos a decisão, que foi referendada pelo conselho da companhia hoje, de eliminar, acabar com todas as barragens a montante, descomissionando todas elas, com efeito imediato.”

Ele descreveu que a mineradora tinha “19 barragens com a construção a montante”. De acordo com o executivo, nove delas já haviam sido “descomissionadas”. “Todas elas estão desativadas. Descomissionar significa deixa de ser barragens. São esvaziadas ou integradas ao meio ambiente.”

Como já estavam inativas, essas barragens não recebiam mais rejeitos. A decisão de agora, então, é uma forma de acelerar a eliminação das estruturas com alteamento a montante. O processo de descomissionamento vai levar de 1 a três anos.

A Vale aprovou investimento de R$ 5 bilhões para eliminar essas barragens.

Schvartsman disse que, com a suspensão das atividades das minas que ficam perto das barragens a serem descomissionadas, a Vale deixará de produzir 40 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano. Em 2017, a companhia produziu 366,511 milhões de toneladas de minério de ferro.

A companhia também vai ter de reduzir a produção em cerca 10 milhões de toneladas de pelotas (pequenas bolinhas feitas a partir de minério de ferro fino, usadas na fabricação de aço). Em 2017, a Vale produziu 50,300 milhões de toneladas de pelotas.

Segundo o presidente da mineradora, há laudos de auditorias recentes dizendo que todas as estruturas estão em perfeita estabilidade: “Resolvemos não aceitar apenas esses laudos e decidimos agir de outra maneira”.

Detalhes sobre as barragens da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG)  — Foto: Juliane Souza/G1Detalhes sobre as barragens da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG)  — Foto: Juliane Souza/G1

Detalhes sobre as barragens da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) — Foto: Juliane Souza/G1

Como funcionam as barragens de mineração — Foto: Karina Almeida e Alexandre Mauro/G1Como funcionam as barragens de mineração — Foto: Karina Almeida e Alexandre Mauro/G1

Como funcionam as barragens de mineração — Foto: Karina Almeida e Alexandre Mauro/G1

Caminho da lama: veja por onde passaram os rejeitos da barragem rompida em Brumadinho (MG)  — Foto: Betta Jaworski e Alexandre Mauro/G1Caminho da lama: veja por onde passaram os rejeitos da barragem rompida em Brumadinho (MG)  — Foto: Betta Jaworski e Alexandre Mauro/G1

Caminho da lama: veja por onde passaram os rejeitos da barragem rompida em Brumadinho (MG) — Foto: Betta Jaworski e Alexandre Mauro/G1

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