Senadores dos Estados Unidos declararam acreditar que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, é culpado da morte do jornalista Jamal Khashoggi. As declarações foram dadas nesta terça-feira (4) após Gina Haspel, diretora da CIA, divulgar relatório sobre o caso aos senadores.
Khashoggi, jornalista saudita correspondente para o jornal “The Washington Post”, foi assassinado em 2 de outubro dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Investigações dizem que o profissional, que tinha cidadania norte-americana, foi torturado, morto e esquartejado dentro da repartição.
“A Arábia Saudita é uma aliada estratégica, e o relacionamento [com o país] merece salvação. Mas não a todos os custos”, disse Graham.
“Eu não consigo vê-lo [bin Salman] como um parceiro confiável para os Estados Unidos. […] Se o governo saudita ficar nas mãos desse homem por um bom tempo, eu acho muito difícil sermos capazes de fazer negócios.”
“Eu acho ele louco, eu acho ele perigoso, e ele está colocando a relação [dos dois países] em risco”, completou Graham.
Democratas também acusam príncipe
Senadores da oposição também demonstraram credibilidade no relatório da CIA que acusa bin Salman. Bob Menendez, líder do Partido Democrata no Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse estar “convencido” de que os EUA devem tomar alguma atitude contra o regime saudita, incluindo o posicionamento em relação ao conflito no Iêmen.
“Antes do relatório, eu estava convencido de que os EUA deveriam tomar atitudes contra a guerra no Iêmen e contra os sauditas. Eu apenas solidifiquei minhas opiniões depois desse relatório”, disse o senador, que espera que o Senado aja para “mandar uma mensagem forte e inequívoca” nos dois casos.
Menendez mencionou o conflito no Iêmen porque a Arábia Saudita – país vizinho – está envolvida na guerra ao apoiar o governo iemenita contra os rebeldes houtis. Parte da pressão internacional sobre a atuação do regime de Salman no combate se intensificou após a morte de Khashoggi. (G1)