
As fitas são descartáveis, e absorvem o sangue para que o aparelho medidor possa fazer a análise. Uma pessoa com diabetes mede a glicose entre 3 e 5 vezes por dia. Sem esse dado, o paciente fica sujeito a crises de hipoglicemia (quando o nível de glicose cai demais) e hiperglicemia (quando sobe demais).
Sem recursos
O aposentado Eliel Saboia disse que, há quase um mês, não encontra as fitas em Santa Maria. As caixas que ele já tinha recebido acabaram pouco tempo depois e, desde então, ele parou de fazer o acompanhamento. Por mês, segundo ele, a compra das fitas na rede privada custaria cerca de R$ 300.
No início do ano, a glicemia do aposentado chegou a variar entre 40 mg/dL e 600mg/dL. O valor de referência, considerado normal na média da população, é de 70 mg/dL a 105 mg/dL. Mesmo para diabéticos, o ideal é que a medição não ultrapasse os 125 mg/dL
“Eu não tenho condições de comprar, estou tomando insulina às cegas. Já estou me tremendo todo, e não sei se é porque a glicemia tá baixa. Não tenho como medir”.
Saboia conta que, quando faltavam caixas em um posto, ele procurava em outras unidades de distribuição e acabava encontrando as fitas. Depois da implementação da Estratégia Saúde da Família, o aposentado diz que foi impedido de fazer essa peregrinação. “Às vezes, eu conseguia no Gama, ou falava com pessoas que eu conhecia em Sobradinho e dava a minha receita. Agora, eles não autorizam mais”, diz.
O que diz o governo?
Em nota ao G1, na tarde desta sexta, a Secretaria de Saúde informou que o estoque de tiras glicêmicas “para pacientes da Atenção Primária está zerado na rede, desde o início deste mês”.
Segundo o comunicado, o processo regular de compra está em andamento. Como a aquisição é demorada, o governo também abriu um processo de compra emergencial – que é mais rápido mas, na maioria das vezes, custa bem mais para os cofres públicos.
Mesmo para esta compra emergencial, a pasta não informou prazo. Com isso, não há como dizer quando as caixas de fitas medidoras voltarão a ser oferecidas na rede pública.