A Secretaria de Saúde lançou, nesta terça-feira (27), o Plano Integrado de Saúde para Prevenção, Controle e Enfrentamento da Dengue e Outras Arboviroses – 2018/2019. O instrumento foi desenvolvido para organizar, orientar e uniformizar as ações de controle de transmissão da dengue, zika, chicungunya e febre amarela no DF, de forma coordenada e articulada, tanto em períodos de baixa transmissão, quanto em situações epidêmicas.
O anúncio do plano foi feito, em coletiva de imprensa, pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e pelo subsecretário de Vigilância à Saúde, Marcus Quito. Os gestores enfatizaram que, neste ano, não houve aumento de casos da doença, mas a população precisa concentrar esforços para eliminar os focos do vetor, já que o Distrito Federal está em situação de alerta em razão do aumento da infestação do mosquito transmissor, no início deste ano.
“Acompanhamos semanalmente casos de pessoas contaminadas pelo vírus da dengue, Zika e Chicungunya, além de quatro vezes por ano o nível de infestação do mosquito transmissor. Em função do aumento da proliferação do Aedes, precisamos agir para evitar um novo surto que pode ser causado pelo aumento da circulação do vetor”, alertou o secretário de Saúde, Humberto Fonseca.
Segundo os dados do último Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), divulgado hoje, enquanto em dezembro a infestação ficou em 0,95, neste mês o número saltou para 2,05. Apesar desse dado, a situação está totalmente sob controle, como mostram os informes epidemiológicos semanais.
Até agora, foram notificados 385 casos prováveis de dengue – uma redução de 47% em relação ao ano passado –, sendo 360 oriundos do DF e 25 de outros estados. Já nos casos prováveis a redução foi de 23%.
O subsecretário ressaltou que é necessário reforçar as ações para evitar que aumente o número de casos não apenas de dengue, mas de outras arboviroses como febre amarela, zika, chicungunya.
“Os principais reservatório de água em que estamos encontrando larvas do mosquito são aqueles destinados ao consumo humano no nível do solo. Por isso, as pessoas precisam redobrar os cuidados vedando bem barris, tonéis, caixas de água, sem esquecer-se dos outros cuidados, como colocar areia em vasos de plantas”, ressaltou o subsecretário.
PLANO – O objetivo é evitar a ocorrência de óbitos e reduzir o impacto das epidemias de dengue na população e nos serviços de saúde. O plano reforçará as ações preventivas com a aplicação de estratégias de educação em saúde para a população, entre elas, fortalecer o Programa Saúde na Escola, fornecer orientações à população por intermédio dos agentes de vigilância ambiental, bem como a comunicação em massa com a população.
O plano prevê a definição de fluxo de notificação e investigação de casos, elaboração de protocolos clínico-assistenciais, além da qualificação das ações da assistência, garantindo acesso ao diagnóstico e ao manejo clínico adequado, estabelecendo critérios de monitoramento dos sorotipos virais.
Também está prevista a articulação de ações entre as regiões de saúde e aprimoramento da análise da situação entomo-epidemiológica para orientar da tomada de decisão. A aplicação do Plano é baseada no sistema de Comando de Operações (SCO), uma metodologia bastante utilizada pelas forças de segurança em situações específicas que demandam urgência e atenção especial.
DENGÔMETRO – Uma das ações do plano é a criação do Dengômetro, que se trata de uma ferramenta oficial de divulgação de classificação dos cenários regional e distrital de transmissão. O instrumento, que será divulgado e atualizado mensalmente no site http://brasiliacontraoaedes.saude.df.gov.br/ possui cinco níveis de situação, em que 0 – Preparação: é baixa transmissão, 1 – Ativação: significa que a infestação do mosquito está alta, 2 – Incremento: casos de dengue estão aumentando, 3 – Intensificação: cenário crítico com ocorrências graves e óbitos, 4- Emergência: situação muito crítica com aumento de mortes.
O Dengômetro tem duas aplicações. Enquanto a primeira é orientar os gestores sobre a situação para promover ações estratégicas para o enfrentamento das doenças, a segunda visa a orientar periodicamente a população sobre quais medidas tomar para evitar a circulação do vírus e a transmissão, bem como alertar sobre sinais e sintomas e onde procurar os serviços de saúde em caso de suspeita de acordo com seu território de residência ou de trabalho.
DADOS – Atualmente, o DF está em situação de alerta, segundo o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) Ano 6, Número 1, fevereiro de 2018. O índice de infestação predial (IIP) ficou em 2,05%, sendo o depósito predominante o do tipo A2, ou seja, água para consumo humano em reservatórios de obras, horticultura e ao nível do solo para uso doméstico, entre eles, tonel, barril, tina, recipientes de barros, cisternas, caixas d’água e captação de água.
A análise mostra que 11 Regiões Administrativas apresentaram IIP satisfatório, 14 apresentaram IIP de alerta e 6, risco de surto. Verifica-se que apenas três (9,68%) não apresentaram depósitos positivos (situação representada por IIP 0% e ausência de depósito predominante). Quanto às Regiões de Saúde, a Norte apresentou o maior IIP, de 4,56%, com depósito predominante do tipo A2; e Sudoeste, o menor IIP, de 1,15%, também com depósito predominante do tipo A2.
Para mais informações, veja o folder com informações sobre o combate a dengue, um anúncio do Governo de Brasília com dicas para evitar a proliferação do Aedes e um panfleto publicitário.
RA |
IIP (%) |
DEPÓSITO PREDOMINANTE |
CLASSIFICAÇÃO |
ÁGUAS CLARAS |
0 |
— |
Satisfatório |
BRASÍLIA |
2,38 |
A2 |
Alerta |
BRAZLÂNDIA |
2,98 |
A2 |
Alerta |
CANDANGOLÂNDIA |
2,05 |
B |
Alerta |
CEILÂNDIA |
1,52 |
A2 |
Alerta |
CRUZEIRO |
1,34 |
B/C |
Alerta |
FERCAL |
4,68 |
B |
Risco de Surto |
GAMA |
2,82 |
A2 |
Alerta |
GUARÁ |
0,23 |
A2 |
Satisfatório |
ITAPOÃ |
2,68 |
A2 |
Alerta |
JARDIM BOTÂNICO |
2,08 |
D2 |
Alerta |
LAGO NORTE |
6,22 |
B |
Risco de Surto |
LAGO SUL |
4,19 |
D2 |
Risco de Surto |
NÚCLEO BANDEIRANTE |
0,78 |
B/C |
Satisfatório |
PARANOÁ |
0,41 |
A1 |
Satisfatório |
PARK WAY |
4,4 |
C |
Risco de Surto |
PLANALTINA |
3,77 |
A2 |
Alerta |
RECANTO DAS EMAS |
2,02 |
A2 |
Alerta |
RIACHO FUNDO I |
0,93 |
A2 |
Satisfatório |
RIACHO FUNDO II |
0,45 |
A2 |
Satisfatório |
SAMAMBAIA |
1,34 |
A2 |
Alerta |
SÃO SEBASTIÃO |
2,32 |
A2 |
Alerta |
SANTA MARIA |
0,5 |
A1/B |
Satisfatório |
SOBRADINHO |
2,56 |
C |
Alerta |
SOBRADINHO |
11,57 |
D2 |
Risco de Surto |
SCIA (Estrutural) |
0 |
— |
Satisfatório |
SIA |
0 |
— |
Satisfatório |
SUDOESTE/OCTOGONAL |
0,43 |
B |
Satisfatório |
TAGUATINGA |
0,64 |
A2 |
Satisfatório |
VARJÃO |
4,15 |
A2 |
Risco de Surto |
VICENTE PIRES |
2,57 |
D2 |
Alerta |
DF |
2,05 |
A2 |
Alerta |
Obs.: <1 = Satisfatório / 1 a 3, 9 = Alerta/ >3,9 = Risco de Surto