AFP
A Justiça argentina autorizou um casal de dois homens a ter um filho com uma barriga de aluguel em um tratamento que será realizado no país, informou nesta segunda-feira uma fonte judicial. Trata-se de um casal que está junto há 14 anos e uma amiga dos dois “emprestará” o seu útero para o tratamento na província argentina de Rio Negro.
Neste caso, será utilizado o óvulo de um banco de doação e o material genético de um dos homens. “É um caso de abertura porque representa a única opção que eles têm (para ter um filho)”, explicou a juíza María Laura Dumpé, que julgou a causa.
“Ela é divorciada, seus filhos sabem e a acompanham nisto. Tem a intenção de ajudar os seus amigos em seu projeto de vida. Negamos que haja retribuição em dinheiro”, disse a juíza à emissora televisiva TN.
A magistrada definiu o caso como “um ato de amor, de companheirismo” e considerou que a sua sentença abrirá caminhos para “aqueles casais que de outra forma não poderiam ter filhos, por exemplo, no caso de um casal em que a mulher não tenha útero”.
A sentença inclui a obrigação para os pais de explicar à criança sobre a sua origem. “Estou convencida desta necessidade, de explicar quando tiver capacidade suficiente para entender, de maneira que isto seja o mais natural possível”, afirmou. A identidade do casal está mantida em sigilo, assim como da mulher que será a barriga de aluguel.