Fraga nega envolvimento com esquema de propina

O deputado federal e ex-secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga, acusado por ex-assessores que estariam cobrando propina com a sua anuência, nega qualquer participação no esquema. E mais: em entrevista a Ana Maria Campos (Correio Braziliense) Fraga diz que gravou as conversas.

Havia um esquema de corrupção na Secretaria de Transportes para beneficiar cooperativas?

Quando eu detectei esse problema, através de inforrmações que me chegaram, chamei na minha sala o Santana e o Magrão (representantes de cooperativas). Eles me contaram quem estava dando dinheiro ao José Geraldo (assessor) e ao meu adjunto (Júlio Urnau). Quem gravou fui eu, dentro do meu gabinete, justamente para provar. Eu não faria provas contra mim.

Como essa gravação chegou ao Ministério Público?

O gravador foi apreendido no flat, pela Polícia Civil (na Operação Regín), onde houve busca e apreensão.

O seu gravador foi encontrado no flat que estava em nome do Júlio Urnau?

Eu tinha comprado o flat do Júlio, quando ocorreu o pedido de busca e apreensão. O imóvel constava equivocadamente no Imposto de Renda dele e a Polícia Civil invadiu equivocadamente um apartamento que não pertencia mais ao Júlio Urnau e sim a Luiz Horácio, um amigo meu, que é corretor de imóveis e tem renda suficiente para comprar o imóvel.

Você recebeu parte desses R$ 800 mil apontados na denúncia do MP?

De forma alguma. Quando eu fiquei sabendo que havia rumores na cidade, eu disse que não ia segurar a onda. Em seguida, exonerei os dois, Júlio Urnau e José Geraldo, e comuniquei. Quem assinou o contrato com as cooperativas não fui eu, foi o meu adjunto.

Por que não denunciou à Polícia Civil ou ao Ministério Público?

Comuniquei ao governador (Arruda). Então, me processem por prevaricação e não por propina.

Num trecho da conversa gravada em que se referem a pagamentos de mais de R$ 3 milhões a seu adjunto, você diz que ele estava recebendo mais dinheiro que você… O que quis dizer com isso?

Estava me referindo a salário. Estou me referindo a ganhar mais do que o salário. É uma maldade pensar outra coisa.

Durante o inquérito, houve depoimentos relacionados ao hoje comandante-geral da PM, coronel Marcos Nunes, que na época trabalhava com você. Ele também recebeu dinheiro?

Colocaram o nome do Nunes, acusam ele de ter recebido R$ 40 mil, mais R$ 40 mil em nome do Fraga. Mas não é verdade. Eu coloco a mão no fogo pelo Nunes. Botaram o nome dele na fogueira.

Mas por que fariam isso?

Acho que é porque ele defende que a PM lavre termos circunstanciados, e isso os delegados são contra.

Então, você quer dizer que a Polícia Civil está divulgando isso?

Não posso acusar ninguém. Mas há um vazamento seletivo na hora em que o jogo político começa a se desenhar, como se alguém estivesse manipulando para o atual governador vencer por WO.

Você não teme que essa denúncia inviabilize a sua candidatura nas próximas eleições?

Não temo porque confio no Supremo. Não existe prova, nenhuma ligação, uma reunião sequer que aponte que recebi dinheiro na Secretaria de Transportes.

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