O comandante da UPP, o major Edson Santos, foi condenado por corromper testemunhas no caso Amarildo (Foto: Janaína Carvalho / G1)
O major PM Edson Raimundo dos Santos e o soldado da corporação Newland de Oliveira foram condenados nesta quinta-feira (22), em audiência no Centro do Rio, por corromper testemunhas do caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza. A pena para o crime é de dois anos, em regime aberto. Outros dois acusados, o tenente Luiz Felipe de Medeiros e o soldado Bruno Medeiros Athanazio, foram absolvidos.
Os policiais condenados, segundo o Ministério Público, ofereceram dinheiro a duas testemunhas, que em troca deveriam afirmar aos investigadores que traficantes da Rocinha teriam matado o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza – que desapareceu em julho de 2013, após ser detido por PMs e levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela.
Medeiros teve sua absolvição pedida pelo próprio Ministério Público, que alegou falta de provas que o ligassem ao caso, enquanto Bruno foi considerado inocente por estar apenas cumprindo função inerente ao trabalho como policial militar, não tendo nenhum envolvimento com a trama urdida para corromper as testemunhas.
Os advogados dos policiais alegaram cerceamento de defesa por não terem podido interrogar as testemunhas – mãe e filho – que teriam recebido vantagens para imputar a morte de Amarildo aos traficantes. Ambos estão desaparecidos desde 2014 e a Justiça não conseguiu localizá-los.
Os cinco julgadores da Auditoria de Justiça Militar, contudo, consideraram que as provas juntadas aos autos eram suficientes para o julgamento, mesmo sem a presença das testemunhas.
Em fevereiro do ano passado, dois dos quatro réus julgados nesta quinta-feira já haviam sido condenados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação do cadáver de Amarildo, além de fraude processual.
O major Edson foi sentenciado a 13 anos e 7 meses de reclusão, enquanto Luiz Felipe de Medeiros, absolvido nesta quinta, recebeu pena de 10 anos e 7 meses.