Desvios milionários
A operação Panatenaico investiga fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão.As investigações decorrem das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em consórcio com a Via Engenharia. A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 60 milhões de 13 envolvidos no esquema.Em petição enviada pelo MPF e pela PF à Justiça, os órgãos afirmam que houve fraude na licitação do estádio – fato corroborado em delação premiada por diretores da Odebrecht. Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do DF apontou um sobrepreço de R$ 430 milhões, em valores de 2010. Corrigida pela taxa Selic, a cifra alcança, atualmente, R$ 900 milhões.
A hipótese investigada pela Polícia Federal é a de que agentes públicos, com a intermediação de operadores de propinas, tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos em edital de licitação.A reforma do Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES, mas sim da Terracap, mesmo que a estatal não tivesse esse tipo de operação financeira prevista no rol de suas atividades.Em razão da obra do Mané – a mais cara arena de toda a Copa de 2014 – ter sido realizada sem prévios estudos de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF com 49% de participação da União, encontra-se em estado de iminente insolvência.