Rodoviários que trabalham nas empresas de ônibus do Distrito Federal decidiram suspender a paralisação iniciada na manhã deste sábado (20). Com isso, a expectativa é de que os veículos de todas as viações retornem às ruas a partir das 4h deste domingo.A informação foi confirmada ao G1 pelo vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Jesus de Oliveira. Segundo ele, o retorno foi possível porque a Secretaria de Mobilidade do DF prometeu pagar as cestas básicas pendentes na próxima segunda (22), e o adiantamento salarial de 40%, na terça (23).
As negociações para renovar o acordo coletivo da categoria também devem ser retomadas. As regras perderam validade em abril e, por isso, as empresas se diziam “desobrigadas” a cumprir itens que não estão na legislação básica – as cestas e o adiantamento fazem parte dessa lista.
Luta por benefícios
Neste sábado, a paralisação afetou 4 das 5 empresas que rodam com ônibus convencionais na capital. Apenas a Piracicabana conseguiu tirar os carros da garagem, porque tinha pago os benefícios aos trabalhadores. A empresa atua em Sobradinho I e II, Planaltina, Cruzeiro, Lago Norte, Sudoeste, Octogonal, Varjão e Fercal.
Em todas as outras regiões, o serviço parou, e as paradas de ônibus eram “visitadas” apenas pelos micro-ônibus – que fazem rotas curtas – e pelo transporte pirata.
As viações dizem que a dívida do GDF alcança R$ 200 milhões e, por isso, há dificuldade para honrar a folha salarial. Em nota enviada no fim da manhã ao G1, a Secretaria de Mobilidade diz que o governo “tem cumprido o cronograma de pagamento”, definido no ano passado.
“Em relação às despesas correntes do mês, estas estão sendo pagas, tanto diariamente (vale transporte e cartão cidadão), quanto mensalmente. Só em maio, por exemplo, já houve um repasse de R$ 34 milhões às empresas, restando ao governo repassar R$ 11 milhões referente ao mês de março, o que quita os débitos de 2017”, diz a secretaria.
Além desses valores, o GDF ainda precisa repassar R$ 88 milhões às empresas, referentes a 2015, e R$ 56 milhões pendentes do ano passado. “Em relação ao não pagamento dos funcionários, a pasta esclarece que compete às empresas garantir o repasse dos salários e demais encargos trabalhistas”, diz o governo.