Ex-senador Gim Argello recebeu R$ 2,8 milhões da Odebrecht

 A Odebrecht repassou R$ 2,8 milhões ao senador Gim Argello, atendendo a pedidos do político feitos entre 2010 e 2014. Segundo Cláudio Melo, um dos delatores do Grupo Odebrecht, os valores foram pedidos para “fins eleitorais” e pagos pelo Setor de Operações Estruturadas da empresa, que ficou conhecido como departamento de propina. Em outubro de 2016, Argello foi condenado a 19 anos de prisão na Lava-Jato, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação. Segundo a força-tarefa, ele pediu dinheiro a empreiteiras para que seus executivos não fossem chamados a depor na CPMI da Petrobras, que investigava irregularidades na estatal.

— Em 2010, inclusive, Gim Argello nem candidato era. Mas como ocorre com agentes políticos, as campanhas eleitorais foram o pretexto apresentado para que os pagamentos ocorressem — disse o executivo, em depoimento de delação premiada a procuradores do Ministério Público.

O codinome de Argello na planilha de pagamentos da Odebrecht era “Campari”.

Melo disse que Argello recebeu R$ 1,5 milhão em 2010 e R$ 1,3 milhão em 2014. As remessas em dinheiro foram entregues num endereço da Rua Cardoso de Almeida, em São Paulo. Na época, Argello era coordenador regional do PTB. Os pagamentos são citados em delações encaminhadas pelo Supremo Tribunal Federal à Justiça Federal do Paraná, onde serão apurados.

Ele contou ter participado de um almoço com Gim Argello, ao lado de outros representantes de empreiteiras, junto com o senador Vital do Rego (PMDB-PB), para tratar da CPMI da Petrobras, mas que só descobriu que se tratava de pedido de dinheiro relacionado à CPMI quando Márcio Faria, outro executivo da empreiteira, disse ter sido procurado pelo lobista Júlio Camargo, que lhe pediu dinheiro em nome de Argello. A Odebrecht não fez qualquer pagamento.

O executivo contou ainda que Argello ajudou a Odebrecht ao apresentar a emenda 92, à Medida Provisória 599/2012, que tratava de auxílio financeiro pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, com o objetivo de compensar perdas de arrecadação do ICMS. Segundo ele, a emenda foi aprovada.

Para ele, o ex-senador apresentou a emenda porque era uma contrapartida à ajuda financeira dada pela Odebrecht. Argello nega ter cometido irregularidades, ou ter pedido dinheiro para atrapalhar os trabalhos da CPMI da Petrobras. Informações de O Globo.

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