
Segundo ele, não se tem notícias se os desaparecidos escaparam da prisão ou foram mortos.
— Não temos informações se eles fugiram ou se estão mortos e eles esconderam os corpos em algum lugar dentro da cadeia — destacou.
Com a atualização dos números, subiu para 65 o número de presos mortos no massacre do sistema prisional do Amazonas somente neste ano.
Três corpos, já em estado de decomposição, também foram encontrados neste domingo em mata localizada atrás do Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), onde pelo menos 56 presos foram mortos em rebelião no início da semana. Ainda não há informações se os corpos são de internos que tenham sido mortos no massacre.
Os prisioneiros da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, foram para lá transferidos após a chacina, para evitar novos confrontos entre facções rivais.
O secretário de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap), Pedro Florêncio, confirmou os números e disse que, do total de mortes desta madrugada na Cadeia Pública, três foram por decapitação.
— O Instituto Médico-Legal fez a remoção dos corpos de dentro da cadeia. Três deles foram decapitados — disse Florêncio.
Questionado sobre o motivo da rebelião, Pedro Florêncio disse desconhecer o motivo e descartou a possibilidade de uma nova briga entre facções.
— Não há motivos aparentes para o que ocasionou isso. Eles são todos iguais. Tem alguns que se dizem do PCC, mas são todos iguais. Na sexta, eles fizeram um motim querendo mais espaço. Demos o espaço para eles, ficaram com mais um pavilhão. Então não sei por quê eles fizeram isso. Não foi briga de facção — enfatizou.
Na sexta-feira, houve tumulto no local. Os internos reclamaram da estrutura, que abriga mais de 200 presos.
Florêncio disse ainda que, por volta das 6h, logo após o Instituto Médico-Legal fazer a remoção dos corpos, a situação estava sob controle:
— Por volta de 2h30 o batalhão chegou ao local, pois tínhamos a informação de que havia mortos dentro do presídio. Às 6h, tudo já estava normalizado e sob controle.
Familiares dos internos relatam que a rebelião começou por volta de 2h e que às 5h duas viaturas do Instituto Médico Legal (IML) chegaram à cadeia para fazer a remoção dos corpos.
— O secretário esteve aqui no local e o IML também. Não passaram nenhuma informação pra gente — disse um dos parentes que preferiu não se identificar.