GDF investiga apoio de servidora a ações contra a PEC do teto de gastos

Gabriel Luiz – Do G1 DF

A servidora Thaynara Melo Rodrigues em um vídeo publicado em que mostra apoio a ocupações da Universidade de Brasília (UnB) contra a PEC do teto dos gastos (Foto: Reprodução)A servidora Thaynara Melo Rodrigues em um vídeo publicado em que mostra apoio a ocupações da Universidade de Brasília (UnB) contra a PEC do teto dos gastos (Foto: Reprodução)

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou nesta quarta-feira (16) que investiga a participação e apoio de uma servidora comissionada da pasta em ocupações contra a PEC do teto dos gastos, que prevê o congelamento de gastos públicos por 20 anos. Coordenadora de Articulação Institucional, Thaynara Melo Rodrigues publicou em redes sociais um vídeo em que aparece discursando a favor da ocupação na Universidade de Brasília (UnB). “Ocupações na UnB e PEC 241. Continuamos lutando contra os retrocessos!”, disse.

O objetivo da apuração é saber se o envolvimento dela com o movimento interfere nas atividades da pasta. A secretaria também quer saber se ela se aproveitou da posição para “barganhar” benefícios para as ocupações. Ao G1, Thaynara disse que vai repassar todas as informações para dar andamento à sindicância.

“Entendo a necessidade do mecanismo, diante de acusações imprecisas e sem provas, até mesmo para que todos tenham a versão verdadeira dos fatos”, afirmou.

Na internet, ela se defendeu das suspeitas de que a participação dela em mobilizações contra a PEC afeta o trabalho na secretaria. “Sou servidora comissionada da SSP DF e em nenhum momento me ausentei irregularmente do trabalho para atividades de qualquer cunho. Na SSP DF trabalho com programas de mediação de conflito nas escolas públicas. Nenhuma das escolas as quais atualmente desenvolvo o trabalho foram ocupadas”, afirmou.

“Sou aluna da Universidade de Brasília e diretora da União Nacional dos Estudantes, como tal, desenvolvo minhas atividades extra trabalho e tenho posicionamentos políticos como qualquer cidadão. Sou contra PEC 241 (atual PEC 55). Não estive presente no momento de ocupação da Universidade de Brasília, mas acompanhei atividades e me manifestei em assembleias como aluna e diretora da UNE [União Nacional dos Estudantes] quando os prédios já estavam ocupados democraticamente através de assembleias estudantis”, continuou.

De acordo com a secretaria, Thaynara é funcionária da pasta desde 18 de agosto deste ano. Atualmente, recebe salário de R$ 5.095. “Ela participou da implantação do projeto Voz Ativa da Segurança Pública [defendendo o diálogo com a população] e, por razões de qualificação técnica, foi nomeada para o cargo atual”, informou a secretaria.

A sindicância deve durar 30 dias. A servidora não será afastada durante o procedimento administrativo. Após a conclusão, se for verificada irregularidade, podem ser aplicadas advertência, suspensão ou destituição do cargo.

Ocupação da UnB

Nesta terça-feira (15), estudantes ocuparam o Bloco de Salas de Aulas Norte no campus Darcy Ribeiro. Há atualmente pelo menos sete espaços ocupados por estudantes contra a PEC. Na lista também estão a Faculdade de Comunicação, de Arquitetura e Urbanismo, de Ciência das Informações, de Turismo, de Música, e Artes Cênicas.

Um dos líderes do movimento na UnB, o estudante de comunicação Eduardo Meirelles disse que um possível afastamento de Thaynara seria uma forma de retaliação política contra ela. “Ela não encabeçou nada aqui. Se acontecer alguma coisa, seria perseguição”, afirmou.

Andamento da PEC
No dia 9 de outubro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o relatório do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) favorável à PEC 55, que estabelece um teto para os gastos públicos. O placar da aprovação foi de 19 votos favoráveis e sete contrários – o presidente do colegiado, José Maranhão (PMDB-PB), não vota. Agora, o Plenário do Senado deve decidir sobre a proposta em dois turnos. O primeiro está previsto para 29 de novembro.

A medida estabelece que as despesas da União só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior e é considerada pelo governo  um dos principais mecanismos para tentar reequilibrar as contas públicas do país. Criticada pela oposição, a PEC foi apelidada de “PEC da maldade”. Na Câmara, a proposta tinha número de PEC 241.

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