A Justiça considerou o médico Haeckel Cabral Moraes responsável pela morte da jornalista Lanusse Martins Barbosa (foto). Condenado a dois anos de prisão por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), o juiz Nelson Ferreira Júnior, da 6ª Vara Criminal de Brasília substituiu a punição do cirurgião por duas penas restritivas de direito ainda não determinadas. Lanusse morreu em 25 de janeiro de 2010, após se submeter a um procedimento de lipoescultura no Centro Clínico Pacini.
A sentença foi proferida em 7 de outubro. O local onde ocorreu a cirurgia plástica não possuía UTI, banco de sangue ou ambulância. Para completar, Haeckel operou Lanusse sem a presença de um auxiliar e, acidentalmente, perfurou o rim da paciente com a cânula de aspiração. Ela sofreu hemorragia interna e um choque hipovolêmico, causado pela perda excessiva de sangue.
A Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida) denunciou o profissional por homicídio doloso qualificado. O juiz da 6ª vara criminal considerou a conduta do cirurgião como negligente, imperita e imprudente, mas considerou que não havia elementos para considerar a morte da jornalista como dolosa.
Memória
A jornalista perdeu cerca de 2 litros de sangue. Haeckel Cabral, que operava sem um auxiliar e em um estabelecimento sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda tentou reanimar a paciente com massagens cardíacas por mais de uma hora. Inicialmente o médico seria indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas o depoimento de uma anestesista mudou os rumos do caso.
Segundo a anestesista, o médico teria sido alertado sobre a perda dos sinais vitais da jornalista, mas não teria tomado as devidas providências. A delegada responsável pelo caso defendeu que o médico poderia ter salvado a vida de Lanusse, mas assumiu o risco. Informações do Correio Braziliense.