Escolas particulares e CNI defendem a reforma do ensino médio

A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestaram favoráveis à aprovação da Medida Provisória (MP 746/16) que reforma o ensino médio, a partir da ampliação gradual da carga horária e da flexibilidade curricular. Representantes das duas entidades participam de audiência pública, nesta terça-feira (4), da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados que debate o tema.

A presidente da Câmara Técnica de Ensino da Fenep, Amábile Pacios, afirmou que as escolas particulares compartilham as mesmas “angústias” em relação à crise do ensino médio, com problemas tais como evasão, desinteresse do aluno e dificuldade de cumprimento do currículo.

Os problemas, segundo ela, se refletem nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015, divulgados hoje. Pacios concordou com os argumentos do ministro da Educação, Medonça Filho, para enviar a reforma do ensino médio para o Congresso em forma de medida provisória: “Os jovens têm pressa e a reforma é urgente”.

Proximidade com o mercado
Na mesma linha, o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, afirmou que a reforma traz maior proximidade do ensino médio com o mercado de trabalho, sobretudo pela previsão de formação técnica e profissional como itinerário da parte curricular flexibilizada.

“Há uma valorização da educação profissional, que é passaporte para o primeiro emprego. Sete em cada 10 alunos de cursos técnicos do Senai conseguem emprego após o curso” disse Luccesi.

Fato consumado
Já o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, fez críticas duras críticas ao método e ao conteúdo da reforma conduzida pelo governo Michel Temer. “A MP tem defeito de origem: estabelece um fato consumado, já alterando as leis do Fundeb (Lei 11.494/07) e das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB- Lei 9.394/96) sem prévio debate”.

Ele argumentou que o elevado número de emendas parlamentares (568) mostra a complexidade e a polêmica do tema, que terão de ser debatidos no Parlamento em tempo exíguo (120 dias, que é o tempo máximo que o Contresso tem para analisar uma medida provisória).

Segundo ele, pesquisas apontam que os estudantes evadem por causa de violência no ambiente escolar, da deficiência de infraestrutrura escolar (com laboratórios e tecnologia) e a questão curricular. Também querem atividades esportivas e artistico-culturais. “Isso não está contemplado na MP”, ressalta Cara.

Cara também voltou a citar pontos do manifesto que o Movimento em Defesa do Ensino Médio distribuiu aos parlamentes e ao público no início da audiência pública. Na plateia, representantes de entidades contrárias à MP seguram cartazes com frases como: “Diga não ao ensino médio medíocre” e “MP 476 é retrocesso na educação”.

 

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