Prestadora de serviços de UTI, a empresa Intensicare tem dez processos tramitando no Tribunal de Contas do Distrito Federal. A empresa é uma das beneficiadas pela emenda da Câmara Legislativa que liberou recursos para seis empresas supostamente em troca de pagamento de propina. A suspeita motivou a operação Drácon, que terminou afastando a Mesa Diretora da Casa. Responsável pela gestão de UTI no Hospital Regional de Santa Maria desde 2009, a Intensicare tem contrato com o governo, mas não passou por processo de licitação. Procurada pelo G1 e pela TV Globo, a empresa não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.
De acordo com o Tribunal de Contas, o primeiro processo contra a Intensicare começou já em 2009, questionando a legalidade da então administradora do hospital de Santa Maria e a empresa. O mais recente questiona a legalidade do reconhecimento de dívidas da companhia. O reconhecimento de dívida é uma das primeiras etapas para o governo autorizar pagamentos a credores.
Nenhuma dessas denúncias foi julgada e a empresa continua mantendo contratos com o GDF porque a empresa vem recorrendo, diz a Corte. Os sócios da empresa, que tem sede em Goiânia (GO), são Antônio César Teixeira e Rodrigo Teixeira de Aquino.
Pelo contrato firmado com o governo, a Intensicare executa o serviço, apresenta nota fiscal e depois recebe o pagamento – por ser considerada despesa indenizatória. Para o presidente do Tribunal de Contas, Renato Rainha, a forma com que se dão os pagamentos representa “uma conta aberta para a corrupção”.
Em 2011, a empresa recebeu quase R$ 15 milhões do GDF. Em 2012, o valor mais que dobrou, passando para R$ 35 milhões. Só nos primeiros sete meses deste ano, a empresa recebeu quase R$ 21 milhões do governo.
Desde que começou a atuar no DF, a empresa suspendeu pelo menos três vezes o atendimento a novos pacientes em Santa Maria. A alegação era de que o governo devia dinheiro e que não tinha recursos para pagar os funcionários.
Nesta quinta-feira (25), a sede da Intensicare em Goiânia foi alvo de mandados de busca e apreensão. O motivo da ação não foi divulgado pelo Ministério Público do DF porque o processo corre em sigilo.
