Pelo menos 70 pessoas morreram e 120 ficaram feridas nesta segunda-feira em um ataque suicida contra um hospital em Quetta, no oeste do Paquistão, cuja autoria foi reivindicada pelo Estado Islâmico e pelo grupo Jamaat-ul-Ahrar, uma dissidência do Talibã paquistanês.
Um homem com oito quilos de explosivos detonou as bombas na entrada do setor de emergências do Hospital Civil de Quetta, o mesmo local para onde tinha sido levado o presidente da Associação de Advogados de Baluchistão, Bilal Anwar Kasi, que foi morto a tiros durante a manhã.
Cerca de 600 advogados e jornalistas tinham comparecido ao centro médico após a divulgação da notícia da morte de Kasi, por volta das 9h locais (3h de Brasília). Entre os mortos estão um jornalista da emissora de televisão Aaj, Mahmood Khan, e o câmera do canal Dawn, Shahzad Khan, que tinham ido ao hospital para cobrir a notícia da morte de Kasi. As emissoras de televisão paquistanesas exibiram imagens de feridos vestidos com roupas pretas de luto, o chão coberto de sangue e um grande caos no centro médico.
O chefe do governo do Baluchistão, Sanaullah Zehri, declarou ao canal Geo que foi um ataque suicida planejado. “Eles sabiam que o advogado seria alvo de um ataque e que outros iriam ao hospital. O suicida explodiu as bombas quando os advogados foram ao hospital”, disse Zehri.
Em comunicado divulgado na internet, a agência Amaq, vinculada aos jihadistas, informou que um suicida do Estado Islâmico detonou “seu colete com explosivos no meio de pessoal do Ministério da Justiça e da polícia paquistanesa na cidade de Quetta.”
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou as mortes em um comunicado no qual afirmou que “não permitirá que ninguém perturbe a paz” e viajou para Quetta, onde visitou os feridos. O ataque é um dos mais graves neste ano no Paquistão, e só é superado pelo atentado suicida em um parque em Lahore, que deixou 73 mortos e mais de 350 feridos em março.