GDF vai à Justiça para impedir fala de sindicalista a portas fechadas em CPI

 

O governo do Distrito Federal recorreu à Justiça, na noite desta quarta-feira (20), para tentar impedir que o depoimento da sindicalista Marli Rodrigues à CPI da Saúde, na Câmara Legislativa, seja feito a portas fechadas. A presidente do Sindicato dos Servidores na Saúde do DF (Sindsaúde) deve falar à CPI às 10h desta quinta (21), mas pediu que a audiência fosse reservada.

O mandado de segurança foi protocolado no Tribunal de Justiça do DF no fim da tarde e, em razão da urgência solicitada, pode ser apreciado em poucas horas. Até as 20h, ainda não havia decisão sobre o pedido.

A assessoria do presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), confirmou ao G1 que a intenção do colegiado é de acatar o pedido de Marli e fazer a sessão a portas fechadas. Como só ela pediu essa mudança, o protocolo normal deverá ser seguido nos outros depoimentos. O vice-governador Renato Santana foi convidado para falar à CPI às 15h desta quinta.

No mandado, a Procuradoria-Geral do DF afirma que “os depoimentos tomados no bojo de Comissões Parlamentares de Inquérito devem ser públicos” e que “o interesse público e/ou social militam exatamente em favor do caráter público/aberto do depoimento das testemunhas”.

Segundo o governo, o pedido de sigilo dos depoimentos fere o direito à informação e não tem efeito prático como “medida protetiva”. Ainda de acordo com o mandado de segurança, o segredo sobre o conteúdo dos depoimentos pode impedir ou atrasar medidas de controle do Palácio do Buriti, em relação a possíveis denúncias feitas por Marli.

Áudios divulgados
Em áudio revelado na semana passada, Santana diz a Marli que sabia de um suposto esquema de pagamento de 10% de propina no governo, em secretarias como Fazenda e Saúde. Por causa da gravação, a Câmara antecipou a volta dos distritais que fazem parte da comissão para que eles possam apurar os supostos pagamentos ilegais no GDF.

Participante de uma das conversas divulgadas, o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim também foi convidado a falar na CPI. A data não foi marcada. O ex-gestor deixou o comando da pasta em 2 de março, após sete meses no cargo. Humberto Fonseca, que substituiu Gondim no posto, segue como secretário.

O subsecretário de Infraestrutura e Logística Marcello Nóbrega também foi convocado a depor, mas a data da audiência não foi marcada. Ele é um dos citados nas gravações divulgadas e, segundo Marli e Santana, faz parte de um “meio podre” na Saúde.

Após a aprovação dos requerimentos, Wellington Luiz afirmou que também vai pedir compartilhamento de provas ao Ministério Público do DF e ao Ministério Público de Contas, que fazem uma investigação paralela e conjunta sobre a Saúde local.

Segundo ele, Rollemberg não deve ser ouvido nesta primeira fase de inquérito. “O [nome do] governador não foi cogitado até o momento”, diz. Luiz afirma que a divulgação dos áudios não muda o foco da CPI que, de acordo com ele, investiga “irregularidades na saúde”. Informações do G1.

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