A socialite Marcelaine Schumann, foi condenada, por maioria de votos, nesta quinta-feira (2), por tentativa de homicídio contra a bacharel, Denise Silva, por ciúmes do amante, Marcos Souto. A sentença foi lida pelo juiz da 3ª Vara do Tribunal do Júri, Mauro Antony.
O julgamento iniciou na quarta-feira (1º), com a oitiva dos réus e das testemunhas e foi suspenso às 20h. A sessão foi retomada, nesta quinta-feira, com os pronunciamentos do Ministério Público, da defesa dos réus e da proclamação da sentença.
Durante o julgamento, Charles Mac Donald Castelo Branco, acusado de ser um dos mentores do crime contra a estudante universitária Denise Almeida, em novembro de 2014, Rafael Leal dos Santos, o ‘Salsicha’, responsável por disparar três tiros contra a universitária, e Karem Arevalo Marques, acusada de participar da negociação para o aluguel da arma utilizada no crime, negaram todas as informações incluídas nos depoimentos prestados à Polícia Civil, na época do crime.
O debate do julgamento do Caso Marcelaine, nesta quinta-feira, o promotor de Justiça Rogério Marques afirmou que a socialite Marcelaine dos Santos Schumann mente para convencer os jurados sobre o crime que premeditou. “Quem conseguiu enganar o marido por nove anos, também vai fazer isso hoje, como fez desde o início do processo, ainda na DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros)”, disse Marques.
Defensora dos réus Edney Costa Gomes, Rafael Leal dos Santos, o ‘Salsicha’; e Charles Mac Donald’s Castelo Branco, a advogada Maria Ester Coelho pediu a absolvição do trio, na tarde desta quinta-feira (2), afirmando que não houve intenção de matar.
“Ele foi lá, atirou e saiu correndo, mas não queria matar. Poderia ter ido e atirado à queda roupa, mas essa não era a intenção dele. Para mim, o Rafael não passa de um destrambelhado”, disse.
A advogada apresentou ao júri uma cópia do laudo do perito sobre o atentado a Denise e reforçou que ela não correu risco de morte. “Perigo está correndo o Rafael, Charles e Edney dentro do presídio”, afirmou
O advogado de defesa de Marcelaine dos Santos Schumann, Eguinaldo Moura, defendeu a tese de lesão corporal durante o julgamento do Caso Marcelaine, alegando que a socialite teve apenas a intenção de dar um susto na vítima, a universitária Denise Silva, em novembro de 2014.
Moura pediu para o júri entender que a cliente dele atuou por emoção quando descobriu que a bacharel em Direito também estava mantendo um caso com o empresário Marcos Souto. “Eles não queriam matar a Denise, não pode usar o ciúme para qualificar uma tentativa de homicídio. Ela agiu assim porque estava, há quatro meses, sendo perseguida pela Denise. Tudo que ela fez foi por forte emoção”, afirmou.
O caso
O Caso Marcelaine ficou conhecido depois de Denise Almeida ter sofrido uma tentativa de homicídio, enquanto saia de uma academia, no Centro de Manaus. Ela foi atingida a tiros dentro do próprio carro. Após o crime, investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) concluíram que o crime foi planejado pela socialite.
Segundo as investigações, Marcelaine mantinha um relacionamento com um homem casado e se revoltou depois de suspeitar que Denise também estava se relacionando com o mesmo homem, identificado como Marcos Souto. No inquérito, a polícia identificou que Karen, Rafael e Charles Mac Donald’s foram contratados pela socialite para praticar o crime.
Marcelaine foi presa pela primeira vez, no dia 5 de janeiro de 2015, em cumprimento a um mandado de prisão. Chegou a ser solta, mas voltou à prisão depois de descumprir as medidas cautelares impostas pela Justiça.