Elisa foi escolhida por sua pesquisa sobre agrotóxicos. Ela quer encontrar maneiras de eliminar as substâncias nocivas usadas no cultivo de alimentos, por outras mais seguras.
“Resolvi estudar esse assunto porque era uma maneira de tentar resolver um dos problemas do Brasil, que é o uso desenfreado de agrotóxicos”, conta.
“Acho que é uma forma de retribuir ao país todos os anos de educação pública de qualidade que tive na universidade.”
Atualmente, ela e sua equipe estudam maneiras de destruir os pesticidas tóxicos dos alimentos utilizando nanocatalisadores, que atuam como enzimas artificiais, o que tornaria os alimentos mais saudáveis sem diminuição da qualidade.
De família
“Com 8 anos eu já acompanhava os experimentos do meu pai e ajudava coletar dados, adorava aquele espírito investigativo”, conta Elisa que é filha de uma bióloga e um agrônomo.
Foi nessa mesma época que ela conheceu o trabalho da primatóloga britânica Jane Goodall, que estudava o comportamento dos chimpanzés na África.
“Ela foi a primeira mulher cientista que me fascinou. Meu sonho era morar na África e fazer o estudo que ela fazia”, conta. “Aliás, tenho até uma foto que mostra um cartaz grande do mapa da África que ficava em cima da minha cama.”
Preconceito
Como a maioria das pesquisadoras, Elisa já foi discriminada no ambiente acadêmico:
“Tive alguns professores que não acreditavam na minha competência por ser mulher. Entendo que isso é histórico, mas tento ao máximo me impor e exigir respeito dos meus colegas.”
Esse prêmio talvez seja o primeiro passo para que Elisa se torne um exemplo para meninas de 8 ou 10 anos, como um dia a primatóloga Jane Goodall foi exemplo para ela:
“Espero que prêmios como esses estimulem mais meninas entrarem na ciência e perceber como pode ser fascinante.”
Com informações da Revista Galileu